Cerca de duas toneladas de feijão foram apreendidas em dois supermercados de Londrina, no norte do estado. O motivo: insetos vivos dentro das embalagens.
A ação ocorreu durante a semana passada inteira em mercados de cinco cidades paranaenses (Curitiba, Cascavel, Ponta Grossa, Londrina e Maringá) e fez parte da operação Conformidade 2, do serviço especializado da Superintendência Federal Agropecuária do Paraná (Sipov /SFA-PR).
O objetivo foi checar a qualidade dos produtos de origem vegetal, como as condições físicas em que se encontram e se estão de acordo com a embalagem. O curioso é que o foco desta fase da operação, em especial, era a farinha de trigo, mas, durante as vistorias, os fiscais acabaram encontrando os pacotes de feijão com insetos no depósito dos mercados.
- Como os profissionais estão dentro do mercado, verificando os estoques, não podem fechar os olhos para outras irregularidades – afirma o chefe do Sipov/SFA-PR, Glauco Bertoldo. – A equipe percebeu que estavam com insetos vivos. Nós apreendemos o produto, como medida cautelar. Isso foi possível somente pela presença deles. São insetos de armazenagem, não quer dizer que seja problema de higiene, e sim de armazenagem. Ainda assim, tem que ter todo o cuidado. -
Segundo Bertoldo, as empresas foram autuadas e têm direito à defesa. Todo o processo, até o julgamento, deve levar entre dois e três meses. A multa, nestes casos, pode variar de R$ 3 mil a R$ 150 mil, dependendo do tamanho do lote.
Mesmo com o feijão tendo “roubado a cena”, os fiscais também recolheram amostras de farinha de trigo, conforme o plano inicial.
- Na farinha de trigo, não pegamos nenhum problema aparente, mas ela vai ser analisada – salienta o chefe do Sipov /SFA-PR. – O resultado deve sair até fevereiro. A amostras são enviadas a laboratórios próprios do Ministério [da Agricultura] em Belém (PA) e em Goiânia (GO). É um trabalho completo, com testes de DNA, para ver se tem mistura, pegar qualquer tipo de problema. Enquanto isso os produtos continuam disponíveis. -
A iniciativa teve início em julho deste ano, com a operação Conformidade 1. Foram colhidas 87 amostras de milho pipoca, canjica de milho, amendoim, ervilha e lentilha. As embalagens de amendoim estavam fora do padrão exigido e foram detectados problemas na qualidade da ervilha. A segunda etapa da iniciativa batizada de Prosit ocorreu em outubro e teve foco no rótulo das cervejas importadas e comercializadas no Paraná. Foram recolhidas 124 amostras, de 24 importadoras em 18 estabelecimentos comerciais. Todas as amostras apresentaram problemas na rotulagem.
- As empresas serão autuadas e convocaremos os importadores para orientá-los sobre os problemas encontrados – explica a auditora fiscal agropecuária Claudia Hirt dos Santos, também do Sipov-PR.
Fonte: Gazeta do Povo