Uma juíza da Vara Cível de Sertanópolis, no Paraná, ratificou uma decisão que deferia pedido de recuperação judicial da trading de grãos Seara Agronegócios, que negocia soja e milho, informou a companhia nesta quinta-feira.
O anúncio vem após uma decisão de julho que havia paralisado o processo para a realização uma perícia técnico-contábil, devido a alegações de credores de que a empresa havia falsificado informações financeiras.
A Seara, que tem como maior credor a cooperativa norte-americana CHS, estava entre as 10 maiores negociadoras de commodities no Brasil quando entrou com pedido de recuperação judicial em abril para reestruturar 2,1 bilhões de reais em dívidas.
A companhia deve 218 milhões de dólares à CHS. A unidade local do holandês Rabobank, o grupo suíço Credit Suisse e a subsidiária brasileira da Bunge também estão entre os credores.
A Seara Agronegócios disse em comunicado que irá apresentar um plano de recuperação à juíza responsável pelo processo “dentro do prazo previsto”.
Em setembro, a Reuters publicou com exclusividade que a Seara Agronegócios havia oferecido ativos de logística a credores em uma tentativa de resolver as dívidas.
A endividada empresa, sediada no Paraná, tem uma planta de processamento de soja, armazéns, três terminais de logística e um terminal portuário em Paranaguá, segundo maior porto de exportação de grãos do país.
Os terminais são considerados valiosos porque permitem embarques de grãos por trem entre Mato Grosso e Paranaguá. Os credores também podem ficar com fatias nos ativos e ganhar o direito de mover produtos através do sistema.
Uma fonte que tem acompanhado o caso de perto disse à Reuters nesta quinta-feira que as negociações para isso continuam, mas que não há um sinal claro sobre um possível resultado das conversas.
Fonte: Reuters
Foto: Divulgação