O Ministério da Agricultura (Mapa) solicitou nessa terça-feira ao Serviço de Vigilância Veterinária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor) laudos que comprovem a presença da substância ractopamina em lotes de carne brasileira importados por aquele país. Nessa segunda-feira, o serviço russo anunciou a suspensão temporária de carne suína e bovina do Brasil, devido à descoberta da substância. Em videoconferência com os representantes russos, técnicos do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (Dipoa) ponderaram que os sistema de segregação na produção de suínos “impossibilitaria a detecção de ractopamina”.
Na última segunda-feira, o ministro Blairo Maggi disse que a ractopamina pode ser usada no Brasil, mas é proibida em vários países. O ministro ressaltou também que apenas quatro frigoríficos de suínos haviam sido apontados e que as empresas citadas teriam de fazer “a correção”. Nessa terça-feira, o ministério informou que até o momento não recebeu comunicado oficial da suspensão das compras das carnes bovina e suína, apenas a notificação sobre a presença de ractopamina.
As entidades representativas da exportação de carne suína e bovina manifestaram-se contra a suspensão. Em nota, a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) refutou a acusação do Rosselkhoznadz.
- A carne suína exportada não tem ractopamina. O setor está seguro. A suinocultura brasileira trabalha seguindo os princípios sanitários exigidos pelos diversos países, como é o caso da Rússia e de outros 70 mercados importadores – diz a ABPA.
O presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec), Antonio Camardelli, disse esperar que a suspensão seja retirada em breve e afirmou que a carne bovina nacional está livre da rectopamina.
Fonte: Correio do Povo