Brasil importou 1,74 mil toneladas de cebola no mês de outubro, superando em 39,75% o volume trazido em setembro, que foi de 1,245 mil toneladas. Em relação a outubro do ano passado, a quantidade é 81,81% maior. Um ano atrás, os importadores compraram 957 toneladas do produto.
Os números são do Ministério da Agricultura (Mapa) e estão no mais recente Boletim Prohort, sobre o mercado de frutas e hortaliças, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Apesar do resultado, na avaliação da Conab, a cebola de fora está com pouco espaço no mercado nacional, que tem privilegiado a oferta interna.
- As importações continuam sem espaço no mercado, muito em função da oferta suficiente e da qualidade da cebola nacional e, consequentemente, dos níveis de preço deste ano – diz a Conab, no relatório.
Foi o quinto mês seguido de redução nas importações mensais de cebola em 2017. Em maio deste ano, as compras do produto de outros países tinham totalizado 26,831 mil toneladas. No entanto, também são cinco meses consecutivos em que o volume supera o registrado em um mês supera o do mesmo mês do ano anterior.
A importação de cebolas tem causado preocupação nos produtores nacionais, de acordo com entidades representativas do setor. O assunto foi discutido em reunião da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, em Brasília. Segundo a FPA, produtores brasileiros estão preocupados, especialmente, com a cebola holandesa, cujo preço estaria “muito mais baixo”.
- A Holanda, responsável por 15% do mercado mundial em produção de cebola, é um país que não paga imposto e que o governo subsidia a agricultura. Não tem como competir, porque 85% da produção da cebola no Brasil vem de pequenos produtores das regiões Sul e Nordeste – destaca o presidente da Associação Nacional dos Produtores de Cebola (Anace), Rafael Jorge Corsino, na nota da Frente Parlamentar.
Diante da situação, a bancada ruralista informou ter pedido a inclusão da cebola na Lista de Exceções da Tarifa Externa Comum (Letec). Com isso, seria possível impor durante tempo determinado, tarifa sobre a importação, o que, na visão dos parlamentares, faria o custo de produção ficar igual ao da cebola brasileira.
- É uma medida absolutamente correta que respalda o produtor rural brasileiro e garante a sustentabilidade do setor. É a valorização do nosso produto – diz o deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), conforme divulgado pela FPA.
Ainda de acordo com a entidade, será realizado em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) um processo de industrialização para agregar valor à cebola nacional.
Fonte: Redação Globo Rural