As lideranças do agronegócio catarinense demonstraram certa preocupação com o fechamento da Rússia para importação de carne suína e bovina de alguns frigoríficos brasileiros, a partir de 1º de dezembro, mas ressaltam a qualidade da carne e acreditam que o mercado será reaberto em breve. O serviço veterinário russo alegou ter encontrado algumas substâncias, como a ractopamina, que melhora o desempenho na criação de suínos, mas que é proibido na Rússia.
- Não há problema nos nossos produtos, as indústrias e o Ministério da Agricultura já responderam sobre isso e acreditamos que não terá impacto em outros mercados – disse o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carnes e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne), Ricardo Gouvêa.
A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) divulgou nota onde demonstrou preocupação com a medida, ressaltou a qualidade do produto nacional, que é exportado para mais de 70 países e confia no trabalho do Ministério da Agricultura para a reabertura do mercado.
O presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos (ACCS), Losivanio Luiz de Lorenzi, disse que desde 2003 historicamente os russos impõe algum embargo no final do ano, que normalmente é um período em reduzem os embarques pelo inverno no Hemisfério Norte, com o congelamento de alguns portos.
- Acredito que é mais uma medida protecionista – avaliou Lorenzi.
O presidente da Companhia Integrada para o Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), e vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado de Santa Catarina (Faesc), Enori Barbieri, também avalia que essa é uma medida para barganhar a venda de produtos russos para o Brasil, como trigo. Ele demostrou certa preocupação com o impacto em outros mercados mas confia que a Rússia deve reabrir os embarques até o início do ano que vem.
A Rússia responde por quase metade das exportações catarinenses de carne suína. Eles compraram 89 mil toneladas das 207 mil toneladas embarcadas pelo estado, o que representa US$ 242 milhões de um total US$ 508 milhões.
Fonte: ACCS