O dólar subia ante o real nesta sexta-feira, com os investidores cautelosos com as negociações políticas do governo do presidente Michel Temer para tentar votar a reforma da Previdência após os conflitos internos no PSDB, legenda que faz parte da base de apoio.
Às 11:05, o dólar avançava 0,32 por cento, a 3,2704 reais na venda, após bater 3,2513 reais na mínima do dia. O dólar futuro tinha alta de cerca de 0,50 por cento.
- Esse racha do PSDB prejudica a situação (para a votação da reforma da Previdência) – afirmou o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech.
Na véspera, o presidente licenciado do PSDB, senador Aécio Neves (MG), retirou o também senador Tasso Jereissati (CE) do comando interino da legenda. O movimento se deu num momento de racha interno do PSDB, onde uma parcela dos tucanos, entre eles Tasso, defende o desembarque do partido do governo federal, enquanto uma outra, que tem Aécio entre seus expoentes, defende a permanência.
Nos últimos dias, o governo concentrou esforços para conseguir tirar do papel ainda este ano a reforma da Previdência e já se conformou com um texto mais enxuto. Depois de Temer sinalizar no começo da semana que poderia desistir da reforma, a força-tarefa do governo que se seguiu voltou a trazer o benefício da dúvida aos mercados financeiros, mas sempre com bastante cautela.
Em meio a esse ambiente doméstico, no exterior cresceram as preocupações com a reforma tributária do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na véspera, os republicanos do Senado apresentaram um plano tributário diferente da versão dos deputados em vários tópicos importantes, incluindo a maneira como tratam a taxa corporativa, a dedução para Estados e as taxas locais, além das estatais.
O dólar registrava leve oscilação ante uma cesta de moedas, mas subia frente a divisas de países emergentes como os pesos chileno e mexicano.
Fonte: Reuters