Os embarques de trigo do Brasil no primeiro semestre somaram 1,43 milhão de toneladas, volume quase 40 vezes maior que o registrado no mesmo período do ano passado e bastante concentrado em destinos do Sudeste Asiático, mostraram dados compilados pelo Ministério da Agricultura.

O volume já supera o total exportado em todo o ano de 2014 (276 mil toneladas) e de 2013 (1,19 milhão de toneladas). A previsão é que mais de 5 milhões de toneladas tenham de ser importadas pela indústria no mesmo período.

Um dos motivos pelos quais o país exporta para depois ter que importar é a concentração do cultivo no Sul — por razões agroclimáticas — e o fato de o custo do transporte entre um porto marítimo brasileiro e outro muitas vezes superar o custo de importação. Outra razão é a combinação que os moinhos fazem de trigo nacional e estrangeiro para padronizar a farinha.

Quatro países do Sudeste Asiático –Tailândia, Bangladesh, Filipinas e Vietnã– concentraram 80% das aquisições dos últimos seis meses. Nenhum desses países havia adquirido qualquer volume do Brasil no primeiro semestre de 2014.

O Brasil colhe sua produção de trigo sempre no segundo semestre e, desta forma, o trigo embarcado na primeira metade de 2015 foi colhido em 2014. Do volume exportado no primeiro semestre, 89% saiu pelo porto de Rio Grande (RS), segundo dados da alfândega brasileira.

Boa parte do trigo exportado pelo Brasil foi de produto de baixa qualidade da safra 2014, quando chuvas excessivas foram registradas no momento da colheita. Os embarques no primeiro semestre do ano passado foram atipicamente fracos devido ao câmbio desfavorável e à ausência de incentivos do governo federal para a comercialização.

Fonte: Gazeta do Povo