A avicultura brasileira ganha fôlego neste ano puxada pelo mercado internacional. As exportações da proteína dispararam, chegando ao recorde de 389 mil toneladas em junho. No acumulado do ano o volume negociado subiu 2,6%, contribuindo para uma receita de US$ 3,38 bilhões para o setor, conforme dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex).
- O segundo semestre sempre costuma ser melhor do que o primeiro para o setor. A diferença é que essa tendência começou com um mês de antecedência – aponta o presidente do Sindicato das Indústrias de Produtos Avícolas do Paraná (Sindiavipar), Domingos Martins.
Para ele, um conjunto de fatores viabilizou o salto nos embarques. O surto de gripe aviária nos plantéis dos Estados Unidos – que já afetou 48 milhões de aves em 15 estados – aumentou a competitividade da proteína brasileira. Aliado a isso houve incremento na demanda dos países asiáticos e aumento nas vendas para o México, detalha.
Por fim, a acomodação nos preços das commodities agrícolas segurou os custos de produção para a indústria.
- Não será surpresa se superarmos os números do mês passado em julho – projeta Martins.
Ele estima que haverá forte aumento na demanda chinesa no segundo semestre.
O quadro favorece cooperativas como a Lar, de Medianeira (Oeste), que exporta cerca de 50% da produção, conforme o gerente de Alimentos e Compras, Jair Meyer.
- Aumentamos o abate e ampliamos o volume exportado em 10% na comparação com o ano passado. A valorização do dólar está fazendo a diferença nas receitas, mas também gera impacto sobre alguns custos – pondera.
Ele avalia que a Rússia tende a ampliar o volume de compras do Brasil no segundo semestre.
Regularidade
A presença nas redes de fast food incrementa exportações da Lar. A cooperativa possui a certificação internacional GlobalGAP, para o setor de alimentação. O principal destino da produção é o mercado europeu, detalha Meyer.
- Esse reconhecimento nos dá um status diferenciado, permitindo o fornecimento a um grupo seleto, com regularidade nas vendas – aponta.
36%
das exportações brasileiras de carne de frango registradas no primeiro semestre de 2015 partiram do Paraná, que embarca perto de um terço de sua produção. Junto com Santa Catarina, que deteve 22% de participação no mesmo período, a região forma um dos principais corredores mundiais de exportação da proteína. Indústria local aposta que Paraná pode responder por 50% do mercado exportador nacional em até cinco anos, graças a consolidação de novos investimentos em indústrias.
Fonte: Gazeta do Povo