O dólar era negociado com leves variações sobre o real nesta segunda-feira, com a cautela ainda prevalecendo entre os investidores sobre se o governo conseguirá base política para dar andamento às reformas e medidas fiscais no Congresso Nacional.
O cenário externo também era acompanhado pelo mercado, onde as negociações igualmente tinham intervalos reduzidos diante da semana mais vazia em termos de indicadores e acontecimentos importantes.
Às 10:10, o dólar recuava 0,12 por cento, a 3,1420 reais na venda, depois de recuar 1 por cento no pregão anterior com movimento de correção. O dólar futuro tinha leve queda de 0,22 por cento.
- O mercado está trabalhando do jeito que dá, com cenário externo e interno – afirmou o gerente de câmbio da corretora Fair, Mário Battistel, acrescentando que ainda havia alguma entrada de capital externo sobretudo para o mercado de juros.
Entre os dias 7 e 11 passados, segundo dados mais recentes do Banco Central, o fluxo cambial foi positivo em 2,168 bilhões de dólares no Brasil.
O governo enfrenta grande dificuldade no Congresso diante de uma base instável, e deve se mobilizar para atender às demandas de aliados de forma a angariar apoio suficiente para aprovar ao menos os projetos que não exigem maioria qualificada, caso dos que integram o pacote envolvendo as mudanças das metas fiscais para 2017 e 2018.
A mudança da meta foi acompanhada de medidas, como a elevação da contribuição previdenciária de servidores, que também precisam de aprovação do Congresso. Além disso, o governo também quer garantir no Legislativo a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP) e o Refis, renegociação de dívidas tributárias. Isso sem contar a reforma da Previdência, considerada essencial para colocar as contas públicas em ordem.
Para impedir que a denúncia por crime de corrupção passiva avançasse no Congresso, o presidente Michel Temer gastou bastante de seu capital político e agora tem que aprofundar as negociações para a aprovação de reformas.
No exterior, sem dados importantes nesta semana, o dólar tinha leve queda de cerca de 0,20 por cento contra uma cesta de moedas. Também recuava frente ao euro, depois de a moeda única sofrer a maior queda semanal em mais de dois meses com os mercados julgando que os ganhos de dois dígitos neste ano podem ser demais para o Banco Central Europeu, que ainda está cauteloso em remover o estímulo.
Fonte: Reuters