O dólar terminou a terça-feira com leve alta ante o real, se mantendo dentro de uma banda informal de 3,10 a 3,15 reais desde meados de julho, com os investidores de olho nas articulações políticas do governo para conseguir dar andamento às reformas, sobretudo a da Previdência, no Congresso Nacional.
O dólar avançou 0,15 por cento, a 3,1300 reais na venda, depois de fechar estável na véspera. Na mínima, marcou 3,1195 reais e, na máxima, 3,1390 reais. O dólar futuro operava com alta de cerca de 0,10 por cento.
- O mercado está mais otimista, mas a pergunta que se faz é se a reforma da Previdência conseguirá ser votada com o capital político atual do presidente (Michel) Temer – afirmou o analista-chefe da corretora Rico, Roberto Indech.
Depois que conseguiu barrar denúncia por corrupção passiva contra ele na Câmara dos Deputados, Temer lançou ofensiva para colocar em votação da reforma da Previdência, importante para o ajuste das contas públicas e dar sinal positivo a investidores.
Na véspera, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, defendeu a manutenção do projeto aprovado na comissão especial.
- Mas evidentemente,… vamos discutir democraticamente e fazer aquilo que é possível – acrescentou.
O bom humor que vem permeando o mercado cambial no Brasil também vem tendo influência externa diante de visões de que o Federal Reserve, banco central norte-americano, pode não elevar os juros nos Estados Unidos mais uma vez neste ano.
Juros mais altos tende a atrair à maior economia do mundo recursos aplicados hoje em outras praças financeiras, como a brasileira.
O dólar, que passou boa parte do dia caindo ante uma cesta de moedas, inverteu a rota e subia à tarde, mas a moeda continuava recuando ante algumas divisas de emergentes, como os pesos chileno e mexicano.
- A alta recente (dos preços) das commodities e alta gradual nos juros nos Estados Unidos favorecem (a queda do dólar) – comentou Indech.
Fonte: Reuters