Altas de preços apoiadas na forte demanda global pela celulose elevaram as receitas da Suzano no segundo trimestre, mas não compensaram os efeitos negativos do câmbio sobre a dívida, que fizeram o lucro do período despencar no período. A companhia anunciou nesta quarta-feira que seu lucro de abril a junho somou 199 milhões de reais, uma queda de 79,2 por cento ante mesma etapa do ano passado.
O lucro foi diretamente impactado pelo resultado financeiro líquido, negativo em 678 milhões de reais no período, provocando efeito contábil negativo na marcação a mercado da parcela da dívida em moeda estrangeira, após ter sido positivo em 773 milhões de reais um ano antes. No plano operacional, a receita líquida cresceu 12,2 por cento contra um ano, para 2,53 bilhões de reais. Já o resultado medido pelo Ebitda (lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização, na sigla em inglês) ajustado foi de 1,157 bilhão de reais, aumento de 19,6 por cento na comparação anual. A margem Ebitda subiu 7,1 pontos, para 45,7 por cento.
O custo caixa consolidado de produção de celulose de mercado no segundo trimestre foi de 568 reais por tonelada, queda de 10,7 por cento sobre o registrado um ano antes e recuo de 3 por cento sobre o primeiro trimestre deste ano.
- O segmento de celulose continuou apresentando resultados consistentes, consequência principalmente da demanda forte e saudável no mercado asiático – explicou a Suzano no relatório.
- Os fundamentos positivos da celulose permitiram, novamente, sucessivos aumentos do preço lista para todas as regiões. A desvalorização do real também impactou positivamente a rentabilidade do negócio – adicionou a companhia.
A companhia fechou junho com dívida líquida de 10 bilhões de reais, o que representava 2,7 vezes o Ebitda ajustado, aumento ante relação de 2,1 vezes um ano antes. A companhia anunciou na segunda-feira planos de entrar no Novo Mercado da bolsa paulista, o que implicará a conversão de todas as ações preferenciais em papéis com direito a voto.
Fonte: Reuters