A China suspendeu temporariamente a importação de carnes de seis abatedouros da Austrália com a alegação de discrepância na rotulagem dos produtos. A licença que permitia o embarque de carne bovina e de cordeiro foi suspensa na segunda-feira, de acordo com autoridades australianas.
Das seis plantas suspensas duas são da JBS e uma tem participação da chinesa New Hope.
- Esta é uma questão significativa: estas seis plantas representam até 50% de nossas exportações de carne bovina para a China – disse Steven Ciobo, ministro australiano do Comércio, do Turismo e do Investimento.
- São dezenas de milhões de dólares australianos e potencialmente mais de 100 milhões de dólares australianos (US$ 80 milhões), de comércio que podem ser afetados. –
A carne que já estava a caminho da China antes da suspensão terá permissão de entrada na alfândega, disse Ciobo, que acrescentou que não podia comentar quanto tempo poderia demorar para que a situação fosse normalizada.
As empresas receberam o prazo de 45 dias para corrigir os problemas. O ministro disse que as questões incluem rótulos na parte externa de caixas que não combinavam com os produtos dentro. O Gabinete de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, que relatou a proibição em seu site, não foi contatado.
A proibição ocorre alguns meses depois que a China, juntamente com vários outros países, suspendeu as importações de carne bovina brasileira depois da Operação Carne Fraca. O impacto a curto prazo da proibição da China sobre algumas exportações australianas de carne deverá ser limitado, uma vez que a China é apenas o quarto maior mercado para esses embarques, representando cerca de 10% das exportações.
Os Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul são maiores compradores da proteína australiana. Mas o dano pode ser mais extenso se persistir, particularmente porque a Austrália vem perdendo participação de mercado na China para carne brasileira.
- Não acho que isso tenha influência nos preços, mas teremos de acompanhar isso – disse Angus Gidley-Baird, analista de carnes do Rabobank na Austrália.
Fonte: Estadão