Comparativamente ao mesmo período de 2016, no primeiro semestre de 2017 apenas um país – a Rússia, na última posição – passou a integrar o ranking dos 10 principais importadores da carne de frango brasileira. Neste caso, quem saiu do grupo foi a Coreia do Sul, cujas importações no semestre recuaram perto de 10%, fazendo com que caísse para a 12ª posição.
Em outras palavras, o ranking permanece praticamente o mesmo, com, somente, algumas trocas de posição entre um e outro importador – como, por exemplo, entre Japão e China que, mesmo assim, adquiriram volumes muito próximos entre si.
Chama a atenção, porém, a fortíssima redução nas importações chinesas – quase um quarto a menos que no primeiro semestre de 2016. O que redundou, também, em uma queda de, praticamente, 14% na receita cambial. De toda forma, o mercado chinês (consideradas, também, as importações de Hong Kong) manteve-se – ainda que por pequena diferença, 1% a mais que a Arábia Saudita – como o principal destino da carne de frango brasileira.
Ressalta-se ainda no ranking o atual posicionamento da África do Sul – 6º lugar no ano passado e agora na 4ª posição. No semestre, o país aumentou suas importações em 24% e gerou receita quase 117% maior que a de um ano atrás. Notar, porém, que confrontados volume e receita, as compras sul-africanas envolveram produto de baixo preço (cerca de US$740 por tonelada), resultado que correspondeu, por exemplo, a um terço do valor alcançado com o produto exportado para a Holanda (ao redor de US$2.274 por tonelada).
Por sinal, além da África do Sul, apenas outro país africano (Egito) mais Hong Kong e Rússia aumentaram suas importações no período. Mas não o suficiente para impedir que o ranking dos 10 fechasse o semestre com resultado negativo. E, aqui, a queda observada (-6,85%) foi muito similar à registrada entre os restantes 121 importadores do semestre, cujas compras encolheram 6,19%.
O lado positivo dessa história é que, com os preços em recuperação, apenas três importadores apresentaram redução na receita. Ou, além da China, a Arábia Saudita (-1,31%) e a Holanda (-13,72%). Como efeito, a receita dos 10 principais importadores aumentou 5,37%, enquanto a propiciada pelos importadores remanescentes teve expansão de 6,61%.
Não obstante o incremento registrado é impossível deixar de observar que os ganhos obtidos vêm sofrendo forte diluição. No fechamento do primeiro trimestre, por exemplo, registraram expansão de mais de 20%. Como terminaram o semestre reduzidos a menos de 6%, isto significa que o segundo quarto do ano foi fechado com queda de receita. Mais exatamente, de 7,03%. Mais uma pesada consequência dos escândalos internos.
Fonte: Avisite