O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse que o Brasil passa por um “momento delicado” com as denúncias da Operação Carne Fraca e a suspensão da compra de carne bovina in natura pelos Estados Unidos.
- Estamos sendo muito questionados em nossos sistemas e estamos arrumando tudo para dar a garantia efetiva de que nossos produtos têm qualidade e que asseguramos essa qualidade – afirmou.
Técnicos do Brasil e dos EUA se reunirão na quinta-feira (13/7) para discutir as alterações que foram feitas pelos brasileiros nos procedimentos e as garantias que serão dadas para a exportação. Maggi também pediu uma reunião com o secretário de Agricultura dos EUA no dia 17, mas ainda não teve confirmação.
O ministro admitiu que há um problema com a vacinação brasileira, citando como possibilidades a qualidade da vacina, o transporte ou a aplicação.
- Vamos investigar, não podemos ir contra aquilo que é evidência clara, que temos problema com vacinação – afirmou. Mais cedo, em evento de lançamento do Plano Safra 2017/2018 do Banco do Brasil, Maggi falou que mercado se conquista com “cotovelada e botinada”.
Ele negou que tenha sido uma indireta para os norte-americanos.
- Não é para eles não. O mercado mundial está abastecido, o mundo inteiro produz alimentos e quer vender. É como um ônibus cheio, você quer subir, tem que tirar alguém. Se eu não me movimentar eles vão nos tirar do ônibus e eu não quero sair – completou.
Funrural
Maggi disse ser favorável à renegociação das dívidas dos produtores rurais com o Funrural, pauta que está em discussão por parlamentares e a equipe econômica.
- Os produtores têm um problema muito grande na mão agora. Se não der um prazo para que haja um pagamento a longo prazo nós quebraremos muitos agricultores e isso é muito ruim para um país. -
Cooperativas
Em seu discurso, o ministro disse ainda que é preciso resolver um “pequeno problema com cooperativas”, que, segundo ele, é o único empecilho para liberação dos recursos para a safra. Maggi acrescentou que uma decisão do Banco Central determina que as cooperativas informem os nomes de todos os possíveis tomadores de empréstimos, e que isso é muito difícil.
Fonte: Estadão