Produtores rurais de Mato Grosso do Sul encontraram na abobrinha uma alternativa de renda extra. Após o atendimento realizado pelo programa Hortifruti Legal, do Senar/MS – Serviço nacional de Aprendizagem Rural, 16 agricultores familiares optaram pelo cultivo da hortaliça e o resultado foi uma colheita de 80 toneladas, rendendo mais de R$ 136 mil em um ano. Ao todo, o trabalho de assistência técnica e gerencial abrange 21 municípios sul-mato-grossenses.
Elencado entre os 10 produtos mais vendidos, o cultivo da ‘Menina Brasileira’ quando bem manejado, pode contribuir para um expressivo aumento na receita dos produtores familiares. É o caso do Dejair Santos de Carvalho, morador no sítio Vida Nova, há 11 anos, localizado no município de Terenos. Em menos de seis meses, o produtor já cultivou e comercializou cerca de 7 mil quilos do produto e está satisfeito com o resultado.
- Minha família trabalha com pecuária de leite, mas, sempre plantamos abóbora para consumo próprio. Com as explicações recebidas do técnico resolvi começar o plantio com mil covas, no espaço de 2.000 metros quadrados e os resultados me surpreenderam tanto, que vou destinar mais espaço para cultivo, inclusive diversificando e iniciando também o cultivo da abóbora Paulista – relata.
De acordo com o produtor, o trabalho é feito por ele e o pai, enquanto que a esposa e a mãe cuidam da higienização das abobrinhas que são comercializadas por intermédio da cooperativa Cooplaf – Cooperativa Agrícola Mista da Pecuária de Corte e Leiteira e da Agricultura Familiar de Terenos.
- Já fiz o planejamento da cultura com orientação do Victor e além da abobrinha, estou preparando outro espaço para investir na produção de pimentão, pois, é outro produto com bastante saída e alto valor agregado – argumenta Carvalho.
O engenheiro agrônomo, Victor Almeida é o responsável pelo atendimento do produtor e mais 29 famílias da região. Ele destaca algumas particularidades que devem ser observadas para que a produção obtenha produtividade e qualidade.
- A recomendação feita ao produtor é de que faça um bom preparo da área, pois, as abóboras possuem um sistema radicular frágil que não se desenvolve bem em solos compactados ou mal drenados. Além disso, é necessária uma boa adubação no plantio e cobertura e um controle atento das pragas que podem danificar os frutos e inviabiliza-los para consumo – detalha.
O técnico aponta que o planejamento feito em conjunto com o produtor possibilitou logo na primeira colheita, uma produtividade eficiente.
- No primeiro ciclo conseguimos uma produtividade de 3.500 quilos de abobrinha colhidas e comercializadas, o que significa 17,5 toneladas por hectare, no período de 75 dias. Em razão da resposta positiva do manejo estamos investindo em tecnologias como irrigação por gotejamento e fertirrigação para diminuir os custos de mão-de-obra e esperamos obter produtividades acima de 25 toneladas por hectare – acrescenta Almeida.
Na avaliação da gestora do Departamento de Assistência e Gerencial do Senar/MS, Mariana Urt, a metodologia do Senar/MS é assertiva por ser desenvolvida com critério de planejamento e análise de mercado antecipada.
- Estes resultados são possíveis devido a realização de uma pesquisa comercial nos municípios assistidos pela ATeG Hortifruti Legal onde conseguimos captar a demanda de produtos locais e com isto direcionar o trabalho dos técnicos de campo junto aos produtores – conclui.
Apreciada pela maioria dos consumidores brasileiros, a abobrinha é uma hortaliça originária do continente Americano que se caracteriza pelas diversas opções de consumo, expressivo teor nutritivo e por ser uma opção saudável para as pessoas que investem na reeducação alimentar. Em Mato Grosso do Sul, o produto também é bastante procurado pelos produtores da agricultura familiar por ser uma cultura de ciclo curto (50 a 70 dias).
Fonte: Famasul