A recuperação judicial da Seara Indústria e Comércio de Produtos Agropecuários atinge centenas de produtores rurais do Paraná, que venderam suas colheitas de grãos à empresa de Sertanópolis, no Norte do Estado. Com o processo em andamento, eles estão sem prazo para receber. A situação, que envolve cifras bilionárias e um longo caminho pela frente na Justiça, não tem uma solução simples ou rápida.
O produtor Jurandir Proença Lopes, da região dos Campos Gerais, vendeu 30 mil sacas de soja à Seara. Ele tem cerca de R$ 2,2 milhões para receber. Como não foi pago, Lopes conta que as dívidas do ciclo 2016/17 já começaram a vencer e que a rotina tem sido renegociar prazos para conseguir dar giro aos negócios. “Eu deveria ter recebido em maio. Eles esperaram colher a safra em todo o Norte Pioneiro, parte do Mato Grosso, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Sudoeste de São Paulo, encheram as unidades deles e deram o calote no povo”, afirma.
A família de Vânia Aparecida Tomazini Dias, produtora rural em Maringá (região Noroeste), entregou 1,9 mil sacas de soja à Seara por aproximadamente R$ 110 mil. “Eles pediram a recuperação judicial quando ainda estava terminando a safra. Esperaram receber todo o grão, aí quando estavam com o produto em mãos vem a bomba da recuperação”, reforça. “Não pagaram nada para nós porque o que tínhamos com eles está no processo de recuperação judicial e os agricultores entram no fim da fila dos credores”, lamenta Vânia.
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Fonte: Sistema FAEP