Em novembro, os pecuaristas paranaenses deverão pela última vez cercar a boiada no pasto e levar até as mangueiras para aplicar a vacina que protege contra a febre aftosa. A decisão será anunciada nos próximos dias pela Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) e pretende obter um status sanitário diferenciado para o estado, colocando fim a um ritual de vacinação que se repete duas vezes por ano.
Se obtiver o certificado como área livre de febre aftosa, com interrupção total da vacinação, o Paraná se desvinculará de outros estados, tornando mais ágil a superação de embargos comerciais como o que foi aplicado pelos Estados Unidos contra toda a carne bovina brasileira, na semana passada. O principal argumento dos americanos para a medida drástica foi a existência de caroços e abscessos e outras não conformidades em 11% dos lotes importados, contra uma tolerância de apenas 1% prevista nas regras comerciais.
O Paraná tem 9,3 milhões de cabeças de gado, pouco mais de 4% das 215 milhões existentes no país. Com pouca expressão nesta atividade, o estado está de olho no efeito que o novo status sanitário pode ter sobre a exportação da carne suína, a mais consumida no mundo, e da qual o Paraná é o segundo maior produtor e exportador, atrás apenas de Santa Catarina.
- Nossas exportações não atingem os mercados que melhor remuneram simplesmente porque ainda não existe confiança em nosso sistema de defesa, que não consegue suspender a vacinação contra uma doença fácil de controlar, que é a febre aftosa – afirma o presidente da Federação da Agricultura do Paraná, Ágide Meneguette.
Fonte: Gazeta do Povo