A Força Aérea Brasileira (FAB) interceptou no domingo (25/6) um avião bimotor com 500 quilos de cocaína. Segundo a aeronáutica brasileira, a aeronave decolou da fazenda Itamarati Norte, no município de Campo Novo do Parecis. A propriedade é arrendada pela Amaggi, empresa de propriedade da família do ministro da Agricultura, Blairo Maggi. As informações foram divulgadas pelo portal de notícias G1.
Em nota, a Amaggi disse que – não tem qualquer ligação – com a aeronave interceptada pela FAB e – não emitiu autorização para pouso/decolagem da mesma em qualquer uma de suas pistas. -
Segundo o Registro Aeronáutico Brasileiro (RAB), da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o avião bimotor matrícula PT-IIJ está registrado em nome de Jeison Moreira Souza.
A aeronave decolou da fazenda Itamarati Norte com destino a Santo Antonio Leverger, também no Mato Grosso. A FAB relatou que, no domingo, o piloto de defesa aérea do A-29 Super Tucano identificou a aeronave suspeita e, seguindo o protocolo de policiamento aéreo, fez perguntas, por meio do rádio, ao piloto do avião bimotor.
Na sequência, o militar determinou que o piloto do bimotor mudasse de rota e pousasse no aeródromo de Aragarças, em Goiás. Segundo a FAB, o piloto da aeronave demonstrou que iria cumprir a ordem do militar, porém, no momento do pouso ele arremeteu e não respondeu mais às advertência da defesa aérea.
De acordo com o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica, a ação que interceptou o avião faz parte da Operação Ostium, que tem o objetivo de coibir ilícitos transfronteiriços. Além da FAB, atuam nesta operação a Polícia Federal e órgãos de segurança pública.
A Amaggi se manifestou por meio de uma nota divulgada pelo site Midianews. Confira o texto integral:
- A respeito das informações divulgadas pela Força Aérea Brasileira (FAB) no último domingo (25) dando conta da interceptação de uma aeronave carregada de entorpecentes que teria decolado de uma pista localizada na fazenda Itamarati, arrendada pela AMAGGI, a companhia vem a público informar que:
a) Tomou conhecimento do caso por meio da imprensa e aguarda o desenrolar das investigações sobre a propriedade da aeronave e as circunstâncias exatas em que ela – conforme afirma a FAB – teria pousado na Fazenda Itamarati e decolado a partir de uma de suas pistas;
b) A empresa não tem qualquer ligação com a aeronave descrita pela FAB e não emitiu autorização para pouso/decolagem da mesma em qualquer uma de suas pistas;
c) Localizada em Campo Novo do Parecis, a parte arrendada pela AMAGGI na Fazenda Itamarati conta com 11 pistas autorizadas para pouso eventual (apropriadas para a operação de aviões agrícolas, o que não demanda vigilância permanente) localizadas em pontos esparsos de 54,3 mil hectares de extensão;
d) A região de Campo Novo do Parecis tem sido vulnerável à ação de grupos do tráfico internacional de drogas, dada a sua proximidade com a fronteira do Estado de Mato Grosso com a Bolívia;
e) Tal vulnerabilidade acomete também as fazendas localizadas na região. Em abril deste ano a AMAGGI chegou a prestar apoio a uma operação da Polícia Federal (PF), quando a mesma foi informada de que uma aeronave clandestina pousaria com cerca de 400 kg de entorpecentes (conforme noticiado à época) em uma das pistas auxiliares da fazenda. Na ocasião, a PF realizou ação de interceptação com total apoio da AMAGGI, a qual resultou bem-sucedida.
A AMAGGI se coloca à disposição das autoridades para prestar todo apoio possível às investigações do caso. –
Fonte: Revista Globo Rural