O dólar trabalhava em baixa ante o real nesta quarta-feira, corrigindo parte do salto de quase 1,5 por cento da véspera, mas com as atenções ainda voltadas para o cenário político e desdobramentos que possam sinalizar o desfecho das reformas em tramitação no Congresso Nacional.
Às 10:25, o dólar recuava 0,16 por cento, a 3,3256 reais na venda, depois de subir a 3,3308 reais no pregão passado. O dólar futuro tinha queda de 0,25 por cento.
- A tendência é a moeda gravitar ao redor de 3,30 reais, mas qualquer fato novo que atrapalhe o andamento das reformas pode pressionar as cotações – afirmou o diretor da mesa de câmbio da corretora MultiMoney, Durval Correa.
Na véspera, o governo sofreu importante derrota na Comissão de Assuntos Sociais (CAS) do Senado, que rejeitou o texto principal da reforma trabalhista, ascendendo o sinal amarelo dos investidores ao expôr a fragilidade da base aliada e colocando em dúvida também a aprovação da reforma da Previdência.
Mesmo assim, seguia o plano do governo de apresentação de um parecer pela constitucionalidade da reforma trabalhista na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado nesta quarta-feira, e sua votação na próxima semana, deixando a proposta pronta para o plenário a partir do dia 28.
- A expectativa continua sendo de aprovação da medida (na CCJ), contudo, a derrota de ontem deixa nítido que a governabilidade de Temer está bastante comprometida – resumiu a corretora Coinvalores em relatório.
Temer está sendo investigado no Supremo Tribunal Federal (STF) por crime, entre outros, de corrupção passiva, após delações de executivos do grupo J&F.
O recuo do dólar ante uma cesta de moedas e divisas de países emergentes no exterior, como a lira turca e o peso chileno, também contribuía para a trajetória doméstica, segundo profissionais.
O Banco Central realiza nesta sessão mais um leilão de até 8,2 mil swaps cambiais tradicionais –equivalentes à venda futura de dólares– para rolagem dos contratos que vencem julho.
Fonte: Reuters