O valor de referência do leite deve ter uma leve redução no mercado gaúcho em junho. Segundo levantamento divulgado nesta terça-feira (20/6) pelo Conseleite, o estimado para o litro é de R$ 1,0178, 1,69% abaixo do consolidado de maio, que fechou em R$ 1,0353. Segundo o professor da UPF – instituição responsável pela pesquisa – Eduardo Finamore, a queda foi puxada pela baixa do UHT e leite em pó, dois produtos que concentram juntos 84% do mix produtivo do RS.
- O leite UHT não acompanhou os níveis do mesmo período do ano anterior, quando o produto estava em patamares bem mais elevados. O UHT em junho ficou bem abaixo de 2016, mas ainda está acima da média histórica, acompanhando os demais itens lácteos – informou, destacando a dificuldade de se traçar projeções neste momento.
Segundo o presidente do Conseleite, Alexandre Guerra, a justificativa para esse cenário passa pela retração do consumo decorrente da crise econômica e da falta de frio.
- A visão do Centro do país é pessimista. Precisamos que o consumo volte a oxigenar a indústria – frisou, lembrando que o valor de referência do Conseleite é só um balizador. – Cada empresa agrega bônus referentes à qualidade e à quantidade – explica.
Durante o encontro, o secretário-executivo do Sindilat, Darlan Palharini, apresentou dados referentes à importação de lácteos que indicam que a balança do setor segue no negativo. Em 2015, o saldo da balança comercial representava 70 dias de produção e, em 2016, a diferença representou 173 dias. Em 2017, esse valor segue em expansão em 6%. Entre os produtos com destaque na importação está a manteiga, o soro de leite e os queijos.
O presidente do Sindilat explicou que a entrada do leite importado no mercado brasileiro vem ocorrendo como instrumento competitivo, uma vez que a produção nos países vizinhos é mais barata do que a dos tambos brasileiros.
- Precisamos ganhar em competitividade. Para fechar as importações precisamos ser mais eficientes no mercado interno – clamou Guerra. O diretor da Farsul, Jorge Rodrigues, pontuou a importância de o produtor gaúcho trabalhar com gestão mais eficaz, focada em resultados.
PL 214 – O Conseleite ainda debateu o projeto de lei PL 214, que tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa. O colegiado está unido contra a proposição, que reduz os créditos presumidos concedidos à indústria e pode impactar toda a bacia leiteira gaúcha.
- Não há espaço para qualquer alteração de tributos. Esse será um ônus de todo o setor – salientou Guerra.
O Conseleite pretende agendar reunião com integrantes da Comissão de Agricultura para tratar do assunto ainda nesta quinta-feira (22/6). Na ocasião, os representantes do Conseleite irão entregar aos deputados documento explicando sobre a inviabilidade do PL 214.
Fonte: Sindilat