Uma delegação mexicana de representantes do governo e do setor privado está em negociações com parceiros brasileiros para fechar novos acordos de fornecimento de milho, soja e arroz e reduzir a dependência de produtos agrícolas dos Estados Unidos, disseram integrantes da missão na noite de quinta-feira.
No segundo dia de uma missão de três dias ao Brasil, Raúl Urteaga, coordenador geral de assuntos internacionais do Ministério da Agricultura do México, disse que o principal objetivo da visita é acelerar os contatos comerciais entre os dois países, como parte de esforços mais amplos para diversificar os laços comerciais do México com outras nações além dos Estados Unidos.
A delegação também visitou a Argentina.
- A principal razão para a missão desta semana é procurar fornecedores brasileiros de grãos – disse Urteaga.
O México quer substituir fornecedores de milho, principalmente norte-americanos.
Um objetivo no longo prazo é aprofundar um acordo de cooperação econômica entre o Brasil e o México.
Ambos os lados estão buscando um melhor acesso aos mercados um do outro”, disse Urteaga sem detalhar sobre qualquer negócio fechado.
A visita mexicana coincide com as próximas negociações para mudar o Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) e evidencia as preocupações do México sobre uma possível revisão do pacto com o Canadá e os Estados Unidos.
As exportações do México com origem no campo, que vão da cerveja à carne e tequila, somam cerca de 30 bilhões de dólares por ano, com os EUA comprando 78 por cento do total, disse Urteaga.
A indústria avícola mexicana utiliza cerca de 10 milhões de toneladas de milho e 3 milhões de toneladas de farelo de soja como ração animal por ano, disse César Macías, chefe da União Nacional de Avicultores, que também está na delegação.
O México não produz o milho em volume suficiente para alimentar suas criações, e uma abertura para outros mercados poderia acabar com a condição dos EUA como fornecedor prioritário.
A ração representa cerca de 70 por cento dos custos de produção de frango e ovos, disse ele.
- O comércio com os EUA é muito eficiente por causa da infraestrutura existente, mas acreditamos que o Brasil também pode ser competitivo, especialmente se puder enviar eficientemente a produção a partir de seus portos do norte – disse Macías.
Fonte: Reuters