Com o término do La Niña, que é o resfriamento das águas do Pacífico equatorial, o que se vivencia agora é um período de transição. De acordo com a Agência Americana de Meteorologia e Oceanografia (NOAA) e o Instituto Internacional de Pesquisas (IRI, na sigla em inglês), da Universidade de Colúmbia, a atmosfera se mantém em neutralidade climática e deverá continuar assim até o fim do primeiro semestre de 2017, embora a temperatura do Oceano Pacífico equatorial permaneça mais elevada do que o normal.
Além disso, a maior parte das simulações meteorológicas mantém o aquecimento sobre o Pacífico equatorial central com cenário de configuração de El Niño no segundo semestre de 2017. Apesar disso, não há expectativa de um fenômeno de forte intensidade como o que aconteceu entre 2015 e 2016.
- Aliás, ao mesmo tempo em que o Pacífico central vai esquentar, a simulação da NOAA indica que o Pacífico leste ficará menos quente, gerando um fenômeno El Niño Modoki, ou seja, um aquecimento diferenciado de menor intensidade na área leste do oceano – explica Celso Oliveira, meteorologista da Somar Meteorologia.
No Brasil, embora as previsões indiquem chuvas persistentemente acima da média para o centro e o sul do país, a primavera normalmente é caracterizada pela posição da corrente de jato mais ao sul, entre a Argentina e o Uruguai.
- E o aquecimento diferenciado manterá o vento em altitude sobre essa região. Isso significa que a volta da chuva na primavera tende a ser irregular, o que aumenta o risco de replantio ou atraso, especialmente da soja precoce – destaca Celso.
Diferentemente do outono e do inverno, quando o aquecimento do Pacífico ajudará na manutenção e até mesmo intensificação das chuvas sobre o centro e o sul do Brasil.
Fonte: Revista Globo Rural