Pela vocação natural à produção e exportação e como segmento indispensável ao abastecimento e segurança alimentar, o agronegócio suporta, sofre menos e até faz frente à crise política econômica que se instalou no país. Mas não passa imune. A Seara Agroindustrial, gigante do agronegócio, com sede em Sertanópolis, Norte do Paraná, entrou na semana passada com um pedido de recuperação judicial bilionária com um passivo estimado em R$ 2 bilhões.
Da frustração de safra no ano passado, à exposição da empresa aos preços de soja e milho e à crise econômica interna, a Seara ainda não conseguiu renovar importantes linhas de crédito. O cenário limitou a originação de grãos, um de seus principais negócios, e comprometeu o capital de giro da empresa. Entre outras variáveis que impactaram e impactam as atividades industriais, de comércio e serviços da Seara no mercado interno e internacional está a intensa variação cambial. Além disso, a empresa se ressente do atraso na restituição de créditos tributários pelo governo federal, estimados por ela em R$ 600 milhões, relativos à desoneração que incide no momento da exportação.
Fonte: Gazeta do Povo