A alternativa que ajudou a aliviar a pressão para armazenar uma supersafra de grãos no Rio Grande do Sul também trouxe preocupação aos produtores. Os silos-bolsa, espalhados em propriedades rurais para guardar a produção após a colheita da soja, têm sido alvos de roubos no interior do Estado. À noite, criminosos rasgam os sacos gigantes de plástico e transferem o produto para carrocerias de caminhões.
– Ouvimos relatos do uso de máquinas adaptadas para fazer a extração de dentro da bolsa para caminhões – conta Vicente Barbiero, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs).
Segundo o dirigente, o uso de silo-bolsa aumentou em 10% na comparação com o ano passado – por conta da supersafra de soja e também pelos altos estoques de trigo e milho ainda não vendidos. A produção gaúcha neste ano superou em 15,4% a capacidade estática de recebimento. Com uma safra total estimada em 34,82 milhões de toneladas, o Estado tem estruturas para guardar 28,78 milhões de toneladas, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Sem ter onde colocar tanto produto, foi preciso recorrer ao improviso neste ano.Além dos silos-bolsa, cooperativas, cerealistas e produtores adaptaram armazéns, aceleraram a saída para o porto e chegaram a fazer piscinões de soja a céu aberto, como mostrado em reportagem publicada no Campo e Lavoura no fim de semana.
Fonte: Zero Hora
Foto: Zero Hora