As escaladas tarifárias aplicadas pelos Estados Unidos a vários produtos do agronegócio brasileiro afetam a competitividade das exportações da agropecuária, de acordo com estudo da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) elaborado pela Superintendência de Relações Internacionais (SRI).
O documento, denominado “As Escaladas Tarifárias no Comércio do Agronegócio com os Estados Unidos”, mostra que as elevadas tarifas aplicadas a alguns produtos agropecuários processados reduzem a participação desse segmento no mercado norte-americano.
Uma das alternativas para conter as perdas do agronegócio, proposta pela SRI, é a celebração de acordos bilaterais de comércio entre os dois países.
- Os consumidores americanos são extremamente sensíveis a preço e a redução da tarifa de importação pode fazer com que alguns produtos cheguem ao mercado dos Estados Unidos com preços mais competitivos – afirmou Pedro Henriques Pereira, assessor técnico em Inteligência Comercial da CNA. Além disso, seria uma forma de expandir o acesso de produtos de maior valor agregado do agronegócio brasileiro ao mercado dos EUA.
Ainda de acordo com o estudo da CNA, em consequência das escaladas tarifárias, o produtor nacional concentra grande parte de seus esforços na exportação de insumos, ao invés de desenvolver ou priorizar diferentes elos da cadeia de produção do agronegócio.
Algumas frutas, especialmente limas e limões, o café industrializado e o óleo de soja bruto ou refinado, são alguns dos produtos prejudicados pelas escaladas tarifárias aplicadas ao Brasil pelos EUA.
No entanto, é importante mencionar que as altas tarifas aplicadas no comércio exterior não são o único fator afetando a competitividade das exportações brasileiras. Problemas internos de infraestrutura e logística dificultam o escoamento e encarecem as exportações do país, diminuindo as margens de lucro dos produtores e processadores de bens agropecuários.
Fonte: CNA