A estrada que corta o mar de lavouras no oeste da Bahia é quase laranja: de chão batido. Tal como outras rodovias da região do Matopiba –que abrange Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, no cerrado–, está sujeita a buracos e lama depois que a chuva passa. E ela sempre passa na época da colheita, quando é preciso escoar a safra.
Para que a rota fique transitável, anualmente os agricultores fazem uma vaquinha para obras de manutenção.
A doação é em sacas de soja, e varia conforme o tamanho da fazenda.
- Se esperar pelo governo, faz nada – diz o produtor Marildo Mingori, 55, que deu 2.000 sacas de soja neste ano para terraplenar a BA-458 –o equivalente a R$ 120 mil.
A prática é comum a outras regiões agrícolas do Brasil.
- Se não for assim, não entra insumo e não sai grão – diz o agrônomo Rafael Maschio, diretor-executivo da Aprosoja Piauí (Associação dos Produtores de Soja).
Fonte: Folha de S.Paulo