Embora não exista nenhuma indicação de envolvimento de frigoríficos de carne bovina que distribuem o produto in natura nas investigações da Policia Federal, o setor foi o mais atingido pelas denúncias apresentadas com a possibilidade de interrupção das exportações para alguns dos seus principais clientes e mesmo com queda de demanda no mercado interno.
- O setor inteiro foi sobressaltado pelo noticiário e agora o Ministério da Agricultura corre atrás para tentar recuperar os prejuízos ocasionados pela crise causada pelas notícias desencontradas e as vezes absurdas – disse hoje o Presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (ABRAFRIGO), Péricles Salazar.
Segundo a entidade, que representa 80% das médias e pequenas empresas do país – com abate de até 800 cabeças/dia – a maior parte de seus associados entrou em “compasso de espera” na hora de decidir sobre a aquisição de boiadas, esperando uma melhor definição do que acontecerá no mercado. Este é um setor muito dinâmico e os estoques são apenas para três dias, havendo entregas quase diárias do produto, principalmente para supermercados, que respondem por 70% das vendas da carne in natura no país.
- Todos aguardam o desenrolar da crise para definições, mas caso se confirme a suspensão das exportações brasileiras para seus principais clientes, esta carne deverá ser desviada para o mercado interno e os prejuízos serão enormes. Ainda estamos avaliando os impactos da notícia no mercado internacional, assim como seus desdobramentos, antes de tomar qualquer posição – afirma Péricles Salazar. – E há ainda a questão de como irá se comportar o próprio mercado interno que é responsável pelo consumo de 80% da carne bovina produzida no Brasil – acrescentou o dirigente.
Fonte: Abrafrigo