A Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que expôs fraudes na indústria de carnes na sexta (17), vai impor dificuldades ao país no mundo, mas pode desencadear transformações estruturais no setor, segundo Luciano Vacari, diretor-executivo da Acrimat, entidade que reúne pecuaristas de Mato Grosso. O Estado tem o maior rebanho comercial do Brasil.
Uma possível mudança é a retomada de frigoríficos regionais e de menor porte, que perderam força na última década, quando grandes frigoríficos como JBS e Marfrig foram incentivados com recursos do BNDES na política de campeãs nacionais.
Para Vacari, a crise atual deve servir de lição para aprimorar métodos de controle. Embora seja reconhecido internacionalmente, o serviço de inspeção federal brasileiro -identificado pelo consumidor pelo carimbo S.I.F. em alimentos de origem animal- mostrou que tem limitações.
- Hoje, o agente do serviço de inspeção federal é praticamente imóvel. Ele é destinado a uma unidade [fabril] e fica lá praticamente a vida toda. Por que não criar um modelo rotativo para evitar esse vínculo? – questiona.
Para Vacari, o poder de um mesmo agente em tantas decisões, como liberação do abate, processamento e assinatura de certificado sanitário, é excessivo.
Fonte: Folha de S.Paulo