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CENÁRIOS INFLUENCIAM QUEDA DO DÓLAR

O dólar recuava ante o real nesta sexta-feira com a perspectiva de ingresso de recursos no país após leilão de aeroportos, mas num movimento contido devido à cautela de investidores diante dos cenários político e fiscal.

Às 12:04, o dólar recuava 0,37 por cento, a 3,1039 reais na venda, depois de fechar na véspera em leve alta, a 3,1155 reais. O dólar futuro tinha queda de 0,64 por cento.

- Quando caiu abaixo de 3,10 reais na véspera, o mercado cambial atraiu bastante fluxo de comprador e na abertura ainda havia resquício desse movimento. Mas há argumentos para uma trajetória de baixa à moed -, disse o analista de câmbio da corretora Fair, José Roberto Carrera.

Ele se referia à melhora da perspectiva do rating pela Moody’s, gradualismo do banco central norte-americano e swap cambial tradicional, além da perspectiva de ingresso de recursos no país.

Na quinta-feira, o governo federal arrecadou 3,7 bilhões de reais nos leilões de aeroportos Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Florianópolis.

- Isso leva a crer que elas terão que, em algum momento, internalizar os recursos para pagar o leilão – destacou Carrera.

No exterior, o dólar caía ante divisas de emergentes, como o peso mexicano e lira turca, em dia de recuperação dos preços das commodities, e servia de referência ao câmbio local.

A sinalização de gradualismo na trajetória de aumento de juros pelo Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, também deixava os investidores mais livres para reagirem, por ora, a outros dados, como a elevação da perspectiva do rating do Brasil pela Moody’s para estável.

No entanto, as questões política e fiscal permaneciam no foco e continham a queda após o revés do governo no Supremo Tribunal Federal (STF), que considerou inconstitucional a incorporação do ICMS na base de cálculo do PIS e do Cofins, impactando nas contas públicas nacionais.

O mercado aguardava ainda o conteúdo da lista do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, encaminhada ao STF com 83 pedidos de abertura de inquérito contra políticos. As preocupações giram em torno do andamento das reformas estruturais no Congresso.

- O contraponto desta tendência (de baixa do dólar) é a demora na votação das reformas estruturais, que pode atrasar o ajuste fiscal. Caso isso aconteça, existem grandes chances de o governo optar pela solução de aumento de impostos para não estourar o déficit deste ano – afirmou a corretora Correparti em relatório a clientes.   

O Banco Central realizou nesta sexta-feira mais um leilão de swap cambial tradicional equivalente à venda futura de dólares. Vendeu a oferta total de até 10 mil contratos, reduzindo a 8,711 bilhões de dólares o total que vence em abril e que ainda resta para rolar.

Fonte: Reuters



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