O sucesso da produção cafeeira depende primordialmente da qualidade das mudas, que devem ser sadias e vigorosas, para que o cafeicultor obtenha os resultados desejados. Assim, na formação e renovação do cafezal, o produtor deve investir em mudas de alta qualidade genética e sanitária, pois o sucesso da lavoura depende de boas mudas. Tecnologias para isso existem e estão disponíveis para as diversas regiões produtoras de café no País. À medida que a pesquisa agropecuária avança com o desenvolvimento de novas cultivares, para manter a competitividade, novas tecnologias de produção também são aperfeiçoadas e requerem a renovação de lavouras de café.
Nesse contexto, novas cultivares de café desenvolvidas e disponibilizadas pela Fundação Procafé, instituição parceira do Consórcio Pesquisa Café, coordenado pela Embrapa Café, aumentam as opções de sementes e mudas com alto potencial produtivo e resistência múltipla a pragas e doenças, características que podem incrementar a renda do cafeicultor e reduzir custos de produção, principalmente com o emprego de defensivos agrícolas e controle fitossanitário.
Com esses objetivos, a Procafé está produzindo mudas e sementes de cultivares de café arábica indicadas para diversas regiões produtoras do País. Tais cultivares – Acauã, Acauã Novo, Arara, Asa Branca, Catucaí Amarelo 2SL, Catucaí Amarelo 20/15 cv 479, Catucaí Amarelo 24/137, Catucaiama 785/15 e Sabiá – devem ser encomendadas previamente para que a entrega seja realizada a partir de outubro de 2017, quando o novo período chuvoso começa e é propicio aos novos plantios. Para saber como adquirir essas mudas, entre em contato com a Fundação Procafé pelo e-mail petherson@fundacaoprocafe.com.br ou telefone (35) 99967-3344.
Os principais atributos positivos e as características agronômicas dessas cultivares estão descritas no portfólio de tecnologias do Consórcio Pesquisa Café coordenado pela Embrapa Café. Confira a seguir as cultivares com seus respectivos atributos:
Acauã – Cultivar indicada para regiões mais secas, para áreas infestadas com o nematoide M. exigua e para locais onde o controle da ferrugem é muito necessário. Tem apresentado bom comportamento na região do Alto Paranaíba e da Zona da Mata, Minas Gerais, e em Vitória da Conquista, na Bahia. Por ser uma cultivar nova, é recomendável que seja plantada em pequena escala, a fim de avaliar o seu comportamento na nova região.
Acauã Novo – Indicada para regiões com temperaturas amenas, ou com irrigação, espaçamento entre plantas de 0,5m a 0,7m de distância. Os resultados de ensaios de pesquisas mostraram seu bom desempenho no Sul de Minas e boa resposta a poda. Também pode ser utilizado na renovação de cafezais por apresentar resistência ao nematoide M. exigua.
Arara – Em ensaios de comportamento em diversas regiões do parque cafeeiro vem mostrando sua superioridade em produção, vigor e qualidade. Apresenta alta produtividade, percentagens de sementes tipo moca em níveis baixíssimo (1%); em ensaios de comportamento tem apresentado alta tolerância à seca, bebida de boa qualidade e ciclo de maturação dos frutos tardio, além de elevada resistência à ferrugem do cafeeiro.
Asa Branca – Apresenta boa produtividade, percentagens de sementes tipo moca em níveis aceitáveis (10%), em ensaios de comportamento tem apresentado alta tolerância à seca, bebida de boa qualidade e ciclo de maturação dos frutos médio, além de resistência elevada à ferrugem do cafeeiro. É indicada para regiões mais secas e de altas temperaturas, apresentando bom comportamento em Araguari, Coromandel, Boa Esperança e Varginha, Minas Gerais.
Catucaí – Em geral, as cultivares do grupo Catucaí (Catucaí Amarelo 2SL, Catucaí Amarelo 20/15 cv 479, Catucaí Amarelo 24/137) apresentam resistência moderada à ferrugem-do-cafeeiro, o que significa que as plantas podem ser infectadas, mas os danos causados, geralmente, são pequenos, não havendo grande queda de folhas. Além disso, a ferrugem pode ser facilmente controlada por meio de pulverização com fungicidas à base de cobre, triazóis, estrobirulinas ou pela combinação desses produtos. Modo geral, as cultivares do grupo Catucaí apresentam boa capacidade de rebrota, elevado vigor vegetativo e alta produtividade. São indicadas para plantios em espaçamento com 0,7m a 0,8m de distância entre plantas na linha e para plantio largo ou adensado. Encontram-se bem adaptadas nas regiões Sul e Zona da Mata de Minas Gerais.
Catucaiama 785/15 – Apresenta boa produtividade, resistência moderada à ferrugem e ao nematoide M. exigua. Suas plantas têm porte baixo e bom vigor, com favas graúdas e de maturação precoce, e não apresentam problemas graves de fechamento em plantios adensados. É indicada para substituição de lavouras velhas, devido à resistência a nematoides; para combinação com outros materiais genéticos, por causa da antecipação de sua colheita; e para regiões de altitude elevadas, pela sua facilidade de estresse e floração mesmo em regiões frias e pouco ensolaradas.
Sabiá Tardio – Tem maturação muito tardia, sementes pequenas, resistência moderada à ferrugem-do-cafeeiro e altíssima produtividade, principalmente durante as três primeiras produções. É recomendada para plantio em espaçamento largo, ou seja, com distâncias de 3,0m a 3,8m entre linhas e 0,7m a 0,9m entre plantas. Essa cultivar é bastante adaptada às principais regiões cafeeiras do Estado de Minas Gerais. Cuidado especial deve ser tomado com relação à adubação porque esse cafeeiro é bastante exigente em nutrição.
Além dessas características genéticas desejáveis de cada cultivar, a sanidade das mudas também é outro fator de importância expressiva para a renovação do parque cafeeiro. Todos os cuidados e técnicas de tratamento devem ser tomados para evitar pragas e doenças nas mudas, bem como evitar o desequilíbrio entre a parte aérea e o sistema radicular das mudas, que é essencial no pegamento e desenvolvimento inicial da planta jovem no campo. Assim, as mudas devem ter qualidade superior com diâmetro de caule adequado, sistema radicular desenvolvido, folhas sadias e tamanho apropriado (com 4-6 pares de folhas).
Fonte: Embrapa Café