O dólar exibia leve baixa ante o real, monitorando a valorização da moeda no exterior depois que dois dirigentes do Federal Reserve, banco central norte-americano, sinalizaram para um aumento iminente da taxa básica de juros do país, mas com investidores enxergando pouco espaço para elevações robustas.
Às 14:09, o dólar recuava 0,43 por cento, a 3,0999 reais na venda, depois de ter acumulado baixa de 1,20 por cento em fevereiro. O dólar futuro registrava valorização de cerca de 0,10 por cento.
- O dólar já tinha subido bem na sexta-feira, com investidores se protegendo da folga prolongada. Hoje, não enxergam que há espaço para ir muito além – comentou o operador da Spinelli Corretora, José Carlos Amado.
Os presidentes do Fed de Nova York, William Dudley, e de San Francisco, John Williams, sinalizaram para uma alta de juros em breve.
Na abertura, a moeda teve uma valorização mais firme ante o real, influenciada por declarações de dirigentes do Fed, mas o movimento perdeu força. No exterior, o dólar subia ante uma cesta de moedas.
Com essas falas, as apostas de que a autoridade monetária dos Estados Unidos subirá a taxa básica de juros em março estavam em 69 por cento, ante 35 por cento na terça-feira, mostrava a ferramenta FedWatch, do CME Group.
A moeda operava de forma mista ante divisas emergentes, avançando ante a lira turca e peso chileno, mas caindo ante o rand sul-africano e peso mexicano
Os especialistas também avaliavam que o mercado brasileiro tem sido bastante influenciado por fundamentos internos, com a trajetória de queda da Selic, recuo da inflação e perspectiva de que o pior para a economia pode já ter ficado para trás.
- Com isso, o dólar não consegue neste momento ter força para se valorizar ante o real como ante outras moedas emergentes. O mercado precisa de novidades para ir além – comentou o trader da Ourominas Corretora, Maurício Gaioti.
A volta da folga do Carnaval era marcada por uma liquidez mais baixa, comentaram os profissionais.
- Isso pode acabar interferindo na trajetória da moeda, já que poucos negócios podem ‘levar’o mercado – resumiu um operador de câmbio de uma corretora local.
Fonte: Reuters