A Agroconsult irá divulgar nova estimativa para a safrinha de milho em 2015 no dia 24 de junho e a perspectiva é de que a consultoria eleve sua projeção, afirmou André Souto Maior Pessôa, diretor da Agroconsult. A declaração foi feita na terça-feira (16/6) em conversa com jornalistas durante o Seminário Perspectivas para o Agribusiness em 2015 e 2016, realizado pela Bovespa.
A estimativa mais recente da consultoria aponta para produção de 52,5 milhões de toneladas na segunda safra de milho. A perspectiva de elevação dessa projeção se deve, principalmente, ao climaextremamente favorável ao desenvolvimento das lavouras, com chuvas consideráveis durante o mês de maio.
- Isso considerando que não houve grande alteração na área plantada e sem um investimento robusto em tecnologia, já tivemos safrinhas com recursos maiores – afirmou Pessôa.
- No Paraná e em Goiás, encontramos produtores com rendimentos de até 150 sacas por hectare, que se compara à safra de verão – revelou.
Dessa forma, somando as cerca de 30 milhões de toneladas produzidas na primeira safra.
- A safra total de milho deve superar 80 milhões de toneladas produzidas no ano passado e alcançar 83 milhões de toneladas ou até mais – disse.
Além da maior produção, Pessôa prevê uma maior demanda, tanto interna quanto externa, pelo cereal cultivado no Brasil. As exportações, segundo ele.
- Seguramente serão recordes, e os embarques podem alcançar 26 milhões de tonelada- afirma.
Além disso, como houve uma redução da safra de verão deste ano, Pessôa estimou que a demanda interna pelo milho de safrinha nos Estados do Sul e Sudeste deve crescer.
- Os setores de aves e suínos estão crescendo, assim como o confinamento e o setor de leite e assim a demanda deve crescer de 2 milhões a 2,5 milhões de toneladas – comentou.
Pessôa prevê que, em algumas regiões, em especial no norte de Mato Grosso, os preços podem ficar abaixo do mínimo estipulado pelo governo. Questionado se o governo pode intervir no mercado do milho para garantir o preço mínimo aos produtores, o diretor da Agroconsult afirmou que há a possibilidade de intervenção, principalmente por meio de leilões Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) ou Prêmio para Escoamento de Produto (PEP). Ele, entretanto, não descartou a possibilidade de aquisições do governo federal.
- Há espaço para isso (aquisição), porque pode haver a necessidade de transferir os estoques para o Sul, onde a safra foi menor – afirma.
Fonte: Globo Rural