O Paraná é um dos Estados prioritários, escolhidos pela Embrapa, para fazer o mapeamento completo dos solos na área rural. O estudo terá uma inovação que vai aliar o mapeamento dos solos ao levantamento de informações sobre a vegetação de beiradas de rios e das nascentes de água. No Estado, esse trabalho será coordenado pela Embrapa Florestas, com sede em Colombo, Região Metropolitana de Curitiba.
O mapeamento dos solos em todo o País será feito pela Embrapa, empresa de pesquisa agropecuária do governo federal, em parceria com os Estados no Programa Nacional de Solos do Brasil (Pronasolos). A previsão é investir R$ 3 bilhões num trabalho que visa reverter o excesso de áreas degradadas, por meio da geração de informações para subsidiar as políticas públicas para o setor.
O pré-projeto do programa foi apresentado, nesta semana, aos secretários estaduais da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara; do Planejamento, Cyllêneo Pessoa Pereira Junior; ao diretor-presidente do Instituto de Terras, Cartografia e Geociências, Amilcar Cabral, e representante da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.
A apresentação foi feita pelo coordenador nacional do Pronasolos, José Carlos Polidoro, que é da Embrapa Solos, com sede no Rio de Janeiro. E por Gustavo Curcio, pesquisador da Embrapa Florestas, que vai coordenar o programa no Paraná.
No Estado, o programa será executado em seis módulos previstos nas regiões de Cascavel, Umuarama, Londrina, Santo Antonio da Platina, Ponta Grossa e Guarapuava.
Norberto Ortigara disse que o Paraná tem muito a contribuir com esse programa nacional e que essa articulação de forças é um presente para o Estado. O Estado já saiu na frente com o lançamento do programa Prosolo (Programa Integrado de Conservação de Solo e Água do Paraná), em parceria com 15 entidades do poder público e da iniciativa privada, que vai capacitar cerca de 2 mil técnicos em todo o Estado.
“O importante é elevar a consciência do agricultor, que ele precisa cuidar do solo e da água em sua propriedade, porque esses elementos são os patrimônios efetivos que ele possui e que poderá deixar para as gerações futuras”, afirmou. De acordo com Ortigara, no Paraná já foram feitas muitas coisas erradas desde a geada de 1975, com a mudança de paradigma da agricultura e ocupação do solo que passou a ser praticada no Estado.
Ocorreu um período de mecanização intensa, sem os cuidados necessários que compactou o solo e prejudicou a fertilidade. “De lá para cá, melhoramos em alguns aspectos, com a implantação do plantio direto e técnicas de conservação do solo em boa parte do Estado. Depois pioramos, com o abandono dessas técnicas, e agora estamos tentando mudar esse modelo, para potencializar os efeitos das tecnologias atualmente disponíveis para o meio rural”, disse.
Segundo Ortigara, a partir de abril e maio será iniciado um mutirão em todo o Estado com as entidades participantes nesse programa para convencer e sensibilizar os produtores a fazerem sua parte na conservação dos solos e da água.
Mapeamento
A Embrapa vai executar o programa de mapeamento dos solos em parceria com os governos estaduais, que têm interesse em melhorar as condições do solo e água, cujo resultado será a elevação da produtividade e competitividade dos produtos brasileiros no mercado externo.
Segundo Polidoro, o Brasil perde hoje cerca de US$ 5 bilhões por ano com erosão, lavouras degradadas e contaminações do lençol freático com agrotóxicos. “Esse mapeamento dará suporte às negociações de barreiras não tarifárias que são impostas ao País”, destacou.
O objetivo, disse Polidoro, será fortalecer as ações de conservação de solos com uma informação mais refinada e detalhada, necessárias ao planejamento de médio e longo prazo. “E vamos começar pelo Paraná, que é um estado que nos dá orgulho”, acrescentou.
Esse trabalho surgiu em resposta ao acordão do Tribunal de Contas da União (TCU), que em 2015 – Ano Internacional de Conservação dos Solos – constatou uma série de problemas com as informações sobre solos no País. De acordo com o TCU, as informações disponíveis sobre o solo brasileiro são insuficientes e há inconsistência nas informações oficiais de ocupação do território.
Fonte: O Diário de Maringá
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