Na tentativa de ampliar as exportações brasileiras de mel, a Associação Brasileira de Exportadores de Mel (Abemel) realizou, entre os dias 10 e 11 deste mês, rodada de negócios entre produtores e possíveis compradores. Grande parte deles era de estrangeiros.
Segundo estimativa oficial da associação, cerca de US$ 700 milhões em negócios foram fechados durante a rodada. Entre os interessados estavam empresas da Arábia Saudita, Marrocos e Líbano, países que ainda não recebem o mel brasileiro.
Em 2014, o País exportou 25 mil toneladas de mel, o equivalente a US$ 98,5 milhões. O valor foi 82% maior que o registrado em 2013. O aumento expressivo também se deu devido à elevação do preço médio exportado, que passou de US$ 3,34 kg em 2013 para US$ 3,89 kg em 2014. Em termos de volume, o crescimento chegou a 56%.
Para este ano, a perspectiva é aumentar ligeiramente esses valores, mesmo com o aperto da economia local.
Segundo Flávia Salustiano, gerente executiva da Abemel, a rodada de negócios superou a expectativa e deve ajudar, no mínimo, as exportações a manterem o ritmo alcançado no ano passado.
- Os dados dos primeiros cinco meses do ano nos apontam para um número de embarques muito parecido com o registrado em 2014. A rodada deve nos ajudar a expandir os mercados de destino e crescer nesse sentido – diz.
Hoje, o maior destino do mel brasileiro são os Estados Unidos, que respondem por 75% de toda a exportação. Em seguida, aparecem Alemanha (7%), Canadá (5%) e Reino Unido (5%).
- Temos esse objetivo de ampliar os mercados. No momento, está muito concentrado – analisa a gerente.
Arábia Saudita e Marrocos compram mel de concorrentes brasileiros, como Argentina e México. Durante a rodada, representantes árabes demonstraram satisfação com o que encontraram por aqui.
- O produto brasileiro tem qualidade e preços compatíveis com o que buscamos. Minha expectativa é importar entre 5 e 6 contêineres agora e aumentar esse número depois – afirmou Sayed Shah, gerente de compras do grupo de alimentação saudita Sunbulah.
A empresa está presente, além da Arábia Saudita, em 34 países da região.
No primeiro quadrimestre de 2015, o montante exportado pelo Brasil atingiu 8,3 mil toneladas, número pouco menor que o registrado no ano passado, quando o volume foi de 8,4 mil toneladas.
Produtor otimista
Parte desse mel destinado aos embarques é produzida na cidade de Timóteo (MG), pela Melbras. A empresa, que destina toda sua produção à exportação, gera entre 200 e 250 toneladas por mês. Durante a rodada, os representantes da companhia demonstraram otimismo com os resultados.
- Estamos finalizando acertos com compradores norte-americanos e libaneses. A expectativa é aumentar nosso portfólio de clientes – afirmou Augusto Delfim, gerente de exportações da Melbras.
Atualmente, a empresa tem um faturamento mensal de US$ 10 milhões.
Além da produtora mineira, outras oito empresas participaram da rodada: Apiário Sol, Esenciale, Lambertucci, MNrópolis, Natucentro, Pharmanectar, Minamel e Novo Mel.
Após o encontro, os compradores foram convidados a conhecer alguns dos apiários na cidade de Rio Claro (SP).
Fonte: DCI