Na 9ª Conferência de Ministros da Agricultura do Fórum Global para a Agricultura e a Alimentação (GFFA), que se realiza na Alemanha, o ministro Blairo Maggi, defendeu neste sábado (21), “fortalecer o comércio internacional, sem subsídios distorcivos e sem barreiras comerciais para dar eficiência ao uso de recursos naturais e minimizar a pressão sobre a natureza”. O ministro do Mapa disse ser “possível fazer isso de forma colaborativa”, na abertura do painel sobre Excedentes de Água.
No painel, que presidiu, com a presença de 80 ministros da Agricultura de todo o mundo, Maggi destacou a importância de realizar investimentos em tecnologia e em inovação para aumentar a produção de alimentos e a produtividade e melhor aproveitar os recursos hídricos.
- Até 2050, será necessário alimentar 9 bilhões de pessoas – ressaltou.
A importância estratégica do Brasil para fazer frente a essa necessidade no futuro foi evidenciada.
- O Brasil é considerado como o país com maior disponibilidade de água doce, mais de 12% do total mundial, desse importante fator de produção agrícola. Além disso, tem clima muito equilibrado, fazendo suas safras praticamente sem irrigação ou drenagem – reforçou.
E falou da sua experiência própria na agricultura.
- Sou também produtor rural. Antes de ser homem público, já estava há décadas na agricultura. Aprendi a ser agricultor com meu pai e, meu pai, com meu avô. Vivendo o dia-a-dia do campo, nós agricultores aprendemos o valor dos recursos naturais. Somos protagonistas do meio-ambiente e aprendemos a respeitar os limites da natureza – revelou.
No painel, houve concordância sobre a existência de impactos das mudanças climáticas na distribuição geográfica e temporal da água. E quanto à necessidade de desenvolver práticas de manejo, como o armazenamento em momentos de excesso e o uso eficiente da irrigação, da drenagem e da infraestrutura.
Reunião com a China
Em encontro com o ministro chinês da Agricultura, Han Changfu, em Berlim, neste sábado, o ministro Blairo disse que uma das maneiras de ampliar os negócios entre os dois países seria a maior celeridade por parte da AQSIQ, órgão de Supervisão de Qualidade, Inspeção e Quarentena da China, na aprovação da entrada de produtos brasileiros no país.
- Temos tudo para ampliar a cooperação. Mas há uma lista de 19 itens dos quais a AQSIC não tem respondido nossos questionamentos. As empresas chinesas são bem-vindas e irão contribuir com a agricultura, logística e com outros setores. Certamente construiremos coisas juntos – afirmou Maggi.
Ele ouviu do ministro Han Chagfu que “a carne brasileira é bem-vinda ao mercado chinês”, que há interesse em aprovar mais estabelecimentos e prometeu visitar o Brasil.
O ministro da China afirmou que gostaria de exportar vegetais e frutas.
- O Brasil é um país menor em termos de população e somos um grande produtor de alimentos. Mas, dentro da necessidade, o país também está aberto à importação. Nosso desejo é ampliar os nossos negócios, mas precisamos ter uma regularidade e continuidade em processos de aprovação de registros e em investimentos. Sobre as observações que faço, peço para o ministro fazer o encaminhamento ao Governo da China, sobre essas preocupações. Entendo que é necessária uma determinação política para que mais negócios aconteçam. Precisamos considerar-nos como grandes parceiros, dentro e fora da agricultura – afirmou.
Blairo Maggi foi convidado pelo colega a participar da próxima reunião dos BRICS que acont ecerá na China, em setembro, e pediu apoio à candidatura do brasileiro Guilherme Costa, à presidência do Codex Alimentarius.
- Obviamante passando por todos os canais necessários – frisou.
O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, que acompanha a comitiva do ministro, assim como o secretário de Relações Internacionais do Mapa, Odilson Silva, tratou de parceria na área de biotecnologia e de genética. O assessor para o Meio Ambiente, João Campari também integra a equipe de Blairo Maggi, que neste domingo, (22), vai participar da reunião dos ministros da Agricultura do G-20, em Berlim.
Fonte: MAPA