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CHUVAS PREJUDICIAIS

Como sempre, na agricultura, tudo depende do clima. Se ele ajudar, diminuindo a frequência de chuvas torrenciais no Estado, a atual safra gaúcha de arroz poderá chegar a 8,4 milhões de toneladas. Se não, o sentimento é de que pelo menos 8,2 milhões de toneladas já estejam garantidas. A afirmação é do presidente da Federação das Associações dos Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, que lançou ontem a 27ª Abertura oficial da colheita do arroz.

- Temos registros de chuvas de 150 mm em uma manhã, o que lava a terra e corrói os nivelamentos – explica Dornelles.

Outro fator que preocupa os produtores é a radiação solar, apontada como diferencial para a grande produtividade do Estado no setor, e que, nesta temporada, estaria abaixo da média.

- Caso continue assim, poderá repercutir em uma produção menor – projeta o presidente, que afirma, por isso, ainda ser cedo para previsões mais certeiras.

Sobre a comercialização da safra, Dornelles está mais otimista com o cenário atual, em relação ao que se via no fim de 2016. O motivo é que se vê, agora, a tendência de um dólar mais fraco para o período da venda.

- Isso melhorará bastante nossa competitividade, além de dificultar um pouco a entrada do arroz importado no Brasil – argumenta Dornelles.

Embora produza menos de 2% do arroz mundial, o País é responsável por mais de 2% das exportações mundiais, além de suprir cerca de 85% do consumo interno.

No Rio Grande do Sul, de acordo com o mandatário, a produtividade é uma das maiores do mundo, perdendo apenas para países com áreas plantadas pequenas, que não chegariam a 10% da gaúcha, estimada em cerca de 1,1 milhão de hectares nesta temporada. O sucesso, segundo Dornelles, tem a ver com a atuação do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), cuja estação experimental em Cachoeirinha será sede, neste ano, da abertura da colheita, que acontecerá de 16 a 18 de fevereiro.

A escolha pelo local se deu, portanto, justamente para mostrar à sociedade e ao governo estadual a importância do Irga para a cadeia orizícola. Para exemplificar, Dornelles lembrou da difusão da época de plantio correta em cada região do Estado realizada pelo Irga nos últimos anos.

- Graças a isso, tivemos uma explosão na produção gaúcha nos últimos 10 anos, sem precisar jogar mais defensivos no ar – comenta o presidente da Federarroz.

Outros trabalhos do órgão, como as pesquisas para plantação de soja na várzea e os testes de diversas tecnologias com os quais os produtores não teriam condições de arcar, também foram saudados por Dornelles.

O mandatário ainda comenta que, enquanto outros estados brasileiros diminuem a produção de arroz, seja por perda de área ou de produtividade, o Rio Grande do Sul ganha em participação por conta dessas inovações.

- Saímos de 68% e vamos chegar, tranquilamente, a 75% da produção nacional. O Irga, portanto, nem é mais apenas uma questão local, mas sim de segurança alimentar brasileira – declarou Dornelles.

Sobre o evento, que contará com exposições tecnológicas, visitas técnicas e fóruns técnico e mercadológico, a expectativa é de receber 50 comitivas de arrozeiros, parte delas vinda também de Santa Catarina. Até lá, a expectativa do setor é de já ter conseguido destravar o crédito rural de pré-custeio, necessário para a preparação da próxima safra antes mesmo do fim da atual.

Conab realiza leilão para venda do grão dos estoques

O primeiro leilão do ano para venda de arroz em casca dos estoques públicos será realizado na próxima quinta-feira pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Serão ofertadas 7,1 mil toneladas do cereal (Aviso de Venda 17), estocadas em armazéns situados no Rio Grande do Sul, nas cidades de São Borja e Santa Vitória do Palmar. O preço de venda deverá ser divulgado hoje.

Os estoques pertencem a Contratos de Opção, modalidade de seguro de preços operacionalizado pela Conab. A última operação de venda do grão ocorreu em setembro do ano passado, quando foi oferecido volume próximo ao atual.

Podem participar interessados com atividade nos segmentos de indústria de fabricação de derivados ou indústria de beneficiamento de arroz cadastradas em Bolsa e em situação regular no Sistema de Registro e Controle de Inadimplentes da Conab (Sircoi).

Para adquirentes sediados fora do estado do Rio Grande do Sul, haverá a cobrança da Taxa de Cooperação e Defesa da Orizicultura por meio de Guia de Recolhimento da União (GRU).

Fonte: Jornal do Comércio



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