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ORGÂNICOS NA LEI

São Paulo ainda não valoriza a produção agrícola local e há pouca demanda por alimentos dos pequenos e médios produtores. Apesar disso, a alimentação orgânica nas escolas públicas, abastecida pela agricultura familiar, teve avanços no último ano.

Essa foi a conclusão de especialistas durante debate que discutiu a regulamentação da Lei de Orgânicos na Alimentação Escolar Municipal. O evento, organizado pelo Instituto 5 Elementos, aconteceu ontem durante a Feira Biobrazil Fair, na Bienal do Parque Ibirapuera.

A lei que obriga a inclusão de alimentos orgânicos ou de base agroecológica na merenda de alunos da rede municipal de ensino foi sancionada pelo prefeito Fernando Haddad em março deste ano. Os produtos devem ter origem prioritariamente da agricultura familiar e do empreendedor familiar rural.

Segundo a pedagoga e gestora do Instituto 5 Elementos, Monica Pilz Borba, que participou do debate, um dos itens programados para a regulamentação da lei inclui a educação alimentar e o incentivo à hortas pedagógicas nas escolas.

O programa deverá formar professores e realizar atividades para instruir os alunos sobre a produção nas hortas educativas.

- A alimentação não faz parte da prática escolar. Queremos não só promover a reeducação, mas também o envolvimento dos professores e alunos – afirma ela.

Crescimento 

De acordo com o agricultor orgânico Fernando Ataliba, a produção orgânica em São Paulo ainda está nos primeiros passos

- Mas agora vislumbramos a possibilidade de crescimento, através de leis que favorecem compras para atender as instituições públicas – explicou. 

Ataliba ressaltou que o abastecimento de escolas deve ser prioridade, mas a demanda pode surgir de outros setores.

- Também podem ser abastecidos os hospitais, creches, asilos e penitenciárias, por exemplo – afirma.

Impactos ambientais 

O agricultor afirmou que a agricultura convencional foi um dos principais motivos pelo atual período de escassez hídrica no Estado de São Paulo.

- Quase extinguimos a vegetação natural. A indústria é poluidora, mas a agricultura é muito mais devastadora – disse. 

Para Ataliba, São Paulo esta em uma situação delicada e difícil devido a uma sucessão de erros, que formam impostos pela urbanização na década de 1970.

- Preservamos os erros e mantivemos as monoculturas intensivas, principalmente as voltadas para produção de combustível para automóveis, o que é muito prejudicial à região, de mata atlântica e cerrado – diz Ataliba.

Ataliba defendeu o modelo de agricultura orgânica combinada à agroflorestal.

- É perto do ideal, pois o impacto ambiental é mínimo e o ciclo das águas é pouco afetado, uma garantia de que não teremos falta d”água – destaca ele.

Fonte: DCI



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