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PARA O ARROZ NÃO COZINHAR NA PRESSÃO

A negociação acertada com o Banco do Brasil para postergar o vencimento das duas primeiras parcelas das linhas de custeio da safra passada vale para agricultores de todas as culturas. É para os produtores de arroz, no entanto, que a notícia promete ter impacto maior.

Sem liberação de dinheiro para o pré-custeio, com custos em alta, mercado estagnado e preços em queda -de fevereiro para cá, caiu 8% o valor pago pela saca -o arrozeiro acabou ficando em situação financeira complicada. Há cerca de 20 dias, a Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e a Federarroz deram início às negociações para a solicitação da prorrogação – o combinado era de que as manifestações sobre o assunto, no entanto, só ocorreriam após do anúncio do Plano Safra.

Tendo passado pelo crivo dos ministérios da Agricultura e da Fazenda, além da superintendência do BB, ontem se confirmou que o pagamento das parcelas a vencer em julho e agosto poderá ser postergado para novembro e dezembro, com juro de 6,5%.

- Com esse remanejo de datas, o produtor terá tempo hábil de comercialização – avalia Carlos Sperotto, presidente da Farsul. 

Em outras palavras, a avaliação é de que, sem a pressão de ter de vender o produto para poder ficar com as contas em dia, o produtor consiga fazer melhores negócios.

- É um momento que inspira cuidados. A perda da liquidez do arroz, as indústrias com restrição de crédito e essa lacuna deixada pela falta de recursos do pré-custeio trouxeram um desequilíbrio – pondera Henrique Dornelles, presidente da Federarroz. 

As duas entidades, no entanto, rechaçam o rótulo dado por movimento realizado na última sexta-feira em Cachoeira do Sul, de que há uma falência das lavouras.

- Não precisamos de muita coisa para que o mercado mude- estima Francisco Schardong, presidente da Câmara Setorial do Arroz. 

Além da prorrogação do vencimento, também foi negociada a liberação de R$ 220 milhões para a comercialização – a juro de 6,5% – e a reprogramação do pagamento da renegociação da dívida.

Agora, as entidades seguem as negociações com os demais bancos. No Estado, o BB responde por cerca de 70% das contratações do crédito agrícola.

Fonte: Zero Hora



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