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GENGIBRE DO BEM

Anti-inflamatório, analgésico natural, acelerador de metabolismo, previne doenças cardiovasculares e favorece a circulação. Esses são alguns dos benefícios do gengibre (Zingiber officinale Roscoe) para a saúde humana que têm feito o consumo da iguaria aumentar nos últimos anos no Brasil, favorecendo a produção na agricultura familiar, principalmente nos estados do Sul e Sudeste do país.

Em Minas, a produção ainda é pequena. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o estado é responsável pela colheita de 1 mil toneladas, das 11 mil produzidas no país. Entre as cidades que mais plantam, estão Teófilo Otoni, no Vale do Jequitinhonha, e Alfenas, no Sul de Minas. Hoje, o Espirito Santo é o estado responsável pela maior parte da produção no Brasil (80%), com cerca de 8 mil a 9 mil toneladas.

Segundo o coordenador de mercado da CeasaMinas, Ricardo Fernandes Martins, o consumo do gengibre vem crescendo ano a ano no estado e no país por causa da difusão das informações sobre os benefícios que o rizoma pode oferecer à saúde. Em Minas, o consumo da planta exótica mais que dobrou nos últimos cinco anos, passando de 76 mil quilos em 2009 para 176 mil quilos em 2014.

- As pessoas só conheceram os benefícios do consumo do gengibre nos últimos anos. Quando se fala na mídia sobre os sucos detox com gengibre e outras coisas que podem ser feitas com a raiz, o consumo aumenta muito. No entanto, o crescimento ainda é lento e o produtor deve pensar muito antes de investir na nova cultura – afirma. 

O agricultor, pequeno exportador e presidente do Instituto de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural do Espírito Santo (Incaper), Wanderley Stuhr explica que, na década de 1990, toda a produção de gengibre colhida no país era destinada à exportação para os mercados dos Estados Unidos, Canadá e Europa.

Hoje, cerca de 70% da colheita é exportada e 30% são utilizados para abastecer o mercado interno, nos estados do Nordeste, além de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

- A difusão do conhecimento sobre as propriedades medicinais do gengibre é o principal fator que impulsiona o consumo no mercado interno – afirma. 

Apesar de ter o consumo aquecido com sucos detox, como temperos e em pratos exóticos, entre outras coisas, o plantio de gengibre no país ainda é limitado, segundo Stuhr, por conta do alto custo de produção, que gira em torno de R$ 30 mil a R$ 35 mil por hectare para resultar na colheita de cerca de 40 toneladas.

- A maioria das plantações de gengibre está na agricultura familiar, em pequenas extensões de terra. É uma produção que demanda muita mão de obra, cuidados especiais. É preciso ficar de olho sempre para não deixar que doenças e pragas ataquem a plantação – afirma. 

Indispensável ao Quentão 

Os preços de mercado para gengibre costumam ficar mais baixos nesta época do ano (junho e julho), quando são colhidas as safras, e atingem picos mais elevados entre outubro e fevereiro. Em janeiro deste ano, por exemplo, o valor médio pago pelo quilo do gengibre na CeasaMinas chegou a R$ 16,48, baixando para R$ 15,12 em fevereiro e atingindo o menor preço (R$ 3,27) em março, época em que se iniciou a colheita.

- É a lei da oferta e da demanda. Nas épocas em que não se tem produção, ele atinge preços mais altos, ainda mais depois que os consumidores descobriram os benefícios que ele traz. Antigamente, o gengibre era consumido apenas durante a safra dele, no meio do ano, por causa das festas juninas, para a fabricação do quentão, bebida típica desse tipo de comemoração. Hoje, ele é consumido o ano inteiro e, além de abastecer o mercado interno, os produtores ainda precisam exportar, por isso, atinge preços altos no fim e no início do ano – afirma Ricardo Martins.

Fonte: Estado de Minas



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