Considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno, a obra que revolucionou o transporte de cargas no início do século 20 volta a surpreender e desafiar a geopolítica econômica intercontinental. Maior e mais sustentável, o Canal do Panamá, ligação entre Atlântico e Pacífico, se posiciona, e aposta nisso, como a maior, mais prática e mais rápida conexão entre a Ásia e as Américas. Mas o que isso significa? Simplesmente conectar o mundo, quem consome e quem produz alimentos e energia, bens de consumo e de capital.
Cem anos após sua inauguração, em 1914, o Canal do Panamá, com seus 80 km de extensão, praticamente dobra sua capacidade – passando de 360 milhões para 600 milhões de toneladas – e se antecipa à realidade de uma oferta cada vez mais concentrada e uma demanda cada vez mais dispersa, de um ambiente onde a produção cresce de um lado e a população de outro.
O agronegócio ainda tem participação relativamente pequena no movimento comercial do canal. Por outro lado, é o setor que está entre as grandes apostas da próxima década, com potencial singular para ampliar sua presença na rota transoceânica. A Autoridade do Canal do Panamá (ACP) tem como meta ocupar a nova capacidade em até dez anos. Segundo Oscar Bazan, vice-presidente da ACP, 10% do volume de grãos produzidos no mundo passam pelo canal. Os principais clientes são Estados Unidos e China. Bazan cita números do país norte-americano para defender a opção ao transporte agrícola internacional, destacando que 34% da produção dos EUA, o maior produtor mundial de grãos, cruza o Panamá.
Fonte: Gazeta do Povo