Pode ficar tranquilo: se a intenção é ter feijoada no cardápio, você não vai precisar convidar menos gente, nem botar água no feijão. O Paraná está prestes a iniciar a colheita e o tom é de recuperação, após um tombo na última safra por conta do clima: por causa do excesso de chuvas e de períodos de estiagem, o estado, maior produtor nacional, colheu 292 mil toneladas. Porém, para o primeiro dos três ciclos da temporada 2016/17, os produtores aumentaram a área em aproximadamente 7% e a produção deve chegar a 368,2 mil toneladas, ou seja, aumento de 26% segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
De acordo com o técnico de operações da Conab no Paraná, Eugênio Stefanelo, o crescimento vai refletir na prateleira do supermercado, mas sem pesar no bolso do produtor. “Como a última safra foi frustrada, a saca do feijão de cor chegou a R$ 500 e a do feijão preto bateu em R$ 230”, pontua. Embora os preços tenham despencado – a saca do feijão de cor caiu para R$ 190 e a do feijão preto para R$ 205 -, a rentabilidade continua boa, avalia Stefanelo. “Os custos de produção para os dois tipos estão entre R$ 80 e R$ 90 por saca”, acrescenta.
Com isso, o preço do feijão, que deixou muito brasileiro em pânico nos últimos meses, ao passar de R$ 10 nas gôndolas, deve voltar a ficar entre R$ 5 e R$ 6.
Responsável, em média, por 23% da safra brasileira nos últimos anos, o Paraná vai ditar o ritmo de avanço para o país: a expectativa é colher, ao longo dos três ciclos, 3,07 milhões de toneladas, 22% a mais do que na última temporada. “Os produtores estão aproveitando os bons preços no mercado nacional e expandindo a área. Isso deve acontecer nos três ciclos do grão”, explica o assessor técnico da Comissão Nacional de Cereais, Fibras e Oleaginosas da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Alan Malinski.
O Brasil é o principal produtor e consumidor de feijão do mundo. Segundo Malinski, o grão sai da lavoura e vai direto para a mesa do brasileiro. “No último ano, foram consumidos aproximadamente 300 mil toneladas a mais do que produzimos. Nós tivemos que importar feijão preto da Argentina, China e México”, salienta.
Fonte: Gazeta do Povo
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