Nenhum importador brasileiro de milho solicitou até o momento cotas para aquisição do grão de fora do Mercosul sem impostos, sinalizando que é discreta, ou nula, a movimentação para eventuais compras do cereal dos Estados Unidos, mostraram nesta segunda-feira dados do Ministério de Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic).
Desde abril, importadores têm à disposição uma isenção de tarifa para compras de milho de fora do Mercosul, que habitualmente deveriam pagar 8 por cento. O governo federal liberou até 31 de dezembro a importação de até 1 milhão de toneladas de milho sem essa tarifa. Contudo, para obter o benefício, é necessário fazer uma requisição junto ao ministério. Relatório da pasta atualizado nesta segunda-feira mostra que não houve nenhum pedido até 9 de novembro.
As compras de milho de fora do Mercosul são apontadas como uma alternativa para produtores de aves e suínos do Brasil que enfrentam preços elevados para o grão no mercado doméstico, após frustração de safra no país e fortes exportações entre o final de 2015 e o início de 2016.
Um importante impedimento para as importações dos EUA foi retirado no início de outubro, quando a Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou o uso de três variedades de milho transgênico norte-americano para produção de ração no Brasil. Na semana passada, da agência Bloomberg disse, citando fontes, que a JBS, BRF e a cooperativa Aurora, as três maiores indústrias de aves e suínos do país, uniram-se para comprar dois carregamentos de milho dos Estados Unidos, totalizando 60 mil toneladas.
Nos dez primeiros meses do ano, as importações de milho pelo Brasil somam 1,91 milhão de toneladas, alta de 607 por cento ante mesmo período de 2015, configurando os maiores volumes da história. As importações são provenientes, basicamente, do Paraguai e da Argentina, parceiros de Mercosul que podem negociar o produto com o Brasil livres de tarifas.
Fonte : Reuters – 16/11/2016
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