As fortes chuvas e temporais ocorridos nos últimos dias mais uma vez estão preocupando os produtores de arroz do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. Depois de terem sofrido na safra passada com problemas causados pelo El Niño, o que acarretou em uma queda de 16% na produção do Estado gaúcho, os arrozeiros começam a reviver problemas e aumento de custos da safra passada.
De acordo com o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, volumes superiores a 300 milímetros foram registrados em várias regiões produtoras do grão.
- Agora, dependendo da região, sementes lançadas na época ideal de plantio correm risco de não germinar, pela ocorrência de enchentes e enxurradas – afirma.
Dornelles lembra que os produtores, para fugir dos altos custos de energia elétrica e com previsão de La Niña, privilegiaram o plantio de áreas mais baixas, justamente essas que agora possuem maior risco.
- Já se fala em replantio em partes do Rio Grande do Sul, especialmente Depressão Central, pelos acumulados de precipitação, e Fronteira Oeste, onde o avanço do plantio foi mais significativo do que as demais regiões e topografia, pelo escorrimento das curvas de nível – explica.
O plantio do arroz, segundo o presidente da Federarroz, avançava de forma rápida e eficiente no Rio Grande do Sul. A projeção era de uma safra de elevada produtividade, apesar das dificuldades de crédito e de renegociações das dívidas. Entretanto, eventos climáticos dos últimos dias já trazem a certeza do atraso do plantio em área relevante do estado.
- O clima mais seco e nível dos mananciais eram pontos de vantagem para a próxima safra, apesar do nascimento da lavoura gaúcha estar atrasado, alongando a entressafra – observa.
O último dado do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) indica que a semeadura alcançou 551,85 mil hectares, representando mais que o dobro do plantio de 2015/2016, que foi de 228,44 mil hectares. Com isso, o Rio Grande do Sul semeou até agora 50,6% do total projetado. Como mostra a última atualização do órgão, a região mais adiantada segue sendo a da Fronteira Oeste, onde a semeadura atinge os 78,3%, seguida da Campanha, com 67,9% e da Zona Sul, com 59,5% do plantio concluído. Entretanto, em função das previsões para os próximos dias e mesmo a atual saturação do solo, a expectativa é de que no mês de outubro não acorram mais avanços no plantio.
Fonte: Federarroz