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COMEÇA O PLANTIO DE SOJA, MILHO E FEIJÃO DA NOVA SAFRA DE GRÃOS NO PR

Ao que tudo indica, os riscos climáticos serão menores este ano. Pelo sorriso e pelo olhar dos paranaenses dá para vislumbrar boa colheita pela frente.

No Oeste do Paraná, enquanto as colhedeiras trabalham para tirar do campo o trigo da safra de inverno, as plantadeiras já vão semeando as lavouras de verão. A soja será a grande estrela da estação, como já acontece há muitos anos – em todo o estado, deve ocupar mais de 5,2 milhões de hectares.

Apesar da queda nos preços, o grão ainda é um excelente negócio, como explica Dilvo Grolli, presidente da cooperativa de Cascavel – PR: “As expectativas são boas, nós temos uma soja variando entre R$ 66 e R$ 67/saca. O produtor terá uma margem positiva em torno de 65% de ganho sobre o investimento que ele fez e está fazendo nessa safra de soja”.

O senhor Alceu Magrin tem três fazendas na região de Cascavel, onde cultiva cerca de 1.500 hectares. Ele espera bons resultados na próxima safra. “Nós tivemos anos anteriores excelentes e esse ano não será diferente. Vai nos sobrar na ordem de 34 / 35 sacos por hectare e nós estamos ainda atribuindo que a rentabilidade será ótima”, prevê Magrin. O plantio ainda está no começo e falta um pouco de água, mas a previsão para essa semana é de chuva. “O tempo precisa ajudar, mas teremos boas chuvas e isso é ótimo para nós”, diz ele.

A soja é mesmo um bom negócio, mas já foi melhor. Por isso, nessa nova safra, muitos agricultores paranaenses decidiram abrir espaço para outros produtos. Segundo o departamento de economia rural da Secretaria de Agricultura do Paraná, duas culturas registram crescimento expressivo no estado: a de feijão, que aumentou 11%, e do milho, que cresceu 17%.

Em 2015, o Paraná plantou 414 mil hectares de milho. Neste ano serão quase 485 mil hectares. O senhor Alceu foi um dos produtores que decidiram apostar no grão: plantou 75 hectares. “Fizemos esta opção porque a gente pegou custos e a rentabilidade do milho hoje é um pouquinho mais alta que a rentabilidade da soja”, diz ele.

O sul do estado deve registrar o maior aumento de área plantada com milho e feijão. No município de Castro, o agrônomo Rodrigo Namur, da cooperativa Castrolanda, explica que a mudança se deve ao aumento de preço desses produtos: “Ao longo dos últimos anos, o produtor reduziu a quantidade de milho, perante a soja, principalmente pela desvantagem econômica que o milho significava, quando a gente olhava os resultados por cultura.” No feijão, o aumento foi bem maior – uma saca de carioquinha valia cerca de R$ 124 em 2015. Hoje vale cerca de R$ 356.

De olho no mercado, o senhor Bernardo Balmann, dono de uma fazenda de 1.200 hectares no município de Castro, decidiu diminuir um pouco a área de soja e aumentar a de milho. “Na safra passada, plantei 300 hectares de milho. Esse ano, um pouco a mais, 470 hectares”, afirma Bernardo, que está aproveitando o bom momento para retomar a prática recomendada por técnicos e que andava meio esquecida nos últimos anos: a rotação de cultura dentro da mesma safra. Funciona assim: se a plantação principal é a soja, da área total de plantio, pelo menos 1/3 deve ser cultivado com milho, a cada ano. No ano seguinte, o talhão que produziu milho, recebe a plantação de soja, e assim por diante. “Fazendo uma rotação de culturas, a gente espera a minimização de pragas, doenças, fungos de solo, além de ter um incremento maior de matéria orgânica nesse processo e garantir melhores produtividades”, explica Rodrigo Namur.

O sul do estado concentra a maior parte dos produtores de feijão do Paraná e a área plantada na região deve passar de 185 mil hectares em 2015 para quase 197 mil em 2016. O senhor Dalnei Gomes toca 600 hectares de terra com a ajuda dos dois filhos. “Eu planto, todo ano, em torno de 120 hectares. Vou plantar esse ano 150 hectares. Vou diminuir a área de soja para aumentar a de feijão, que eu acho que vai ser mais interessante esse ano”, afirma senhor Dalnei.

Na fazenda de Dalnei, tudo é feito na ponta do lápis. Tem até planilha de custo, como mostrou o filho dele, Renan Gomes. “O nosso custo de produção todo chega a até R$ 6 mil. Mas mesmo assim a gente consegue ainda uma lucratividade boa, considerando esses preços”.

De acordo com o preço atual, cada hectare de feijão pode render até R$ 11 mil. Mas é preciso tocer para o clima ajudar. “Não depende da gente, é uma indústria a céu aberto, realmente, então é difícil dizer. Mas como a gente tem bastante disponibilidade de máquinas aqui, a colheita a gente pretende fazer rápido e oferecer esse produto no mercado o mais rápido possível, aproveitar os bons preços”, diz Dalnei.

O aumento dos preços do milho e do feijão foi causado pela falta desses produtos no mercado. É que na última safra, as principais regiões produtoras sofreram com o clima.

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Fonte: Sistema FAEP



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