Com chuvas irregulares há anos e o nível de muitos reservatórios baixo, as criações de animais sofrem no Nordeste.
Em Serra Talhada, sertão de Pernambuco, nada de verde. O milho e o feijão que Marcos plantou no início do ano não germinaram. Agora, ele está se virando do jeito que pode. Alimenta as vacas e os bezerros que tem, com o mandacaru, que é triturado. A água que a família precisa para o dia a dia só chega quando os caminhões-pipa vão abastecer as cisternas. E para os animais, usa a água de poço artesiano – que, segundo ele, é muito salgada. Mas é só o que tem.
Há cinco anos não chove como deveria no sertão. Com isso, vários reservatórios estão secos. Serra Talhada tem quatro barragens de grande porte, a do jazigo é uma delas. Ela tem capacidade de 15 milhões de metros cúbicos e fornecia água para irrigação de 400 famílias agricultoras. Mas com a falta de chuva, ela secou. O sítio onde dona Francisca mora, também está sem água. A situação fez ela tomar uma medida drástica: vai se mudar.
- Antes eu pensava que nunca sairia daqui. Mas veio essa seca, eu vou sair para onde tem água – disse.
A seca também causa muitas perdas na Paraíba. As redes de pesca do senhor Francisco Ferreira, agora são apenas lembranças de um tempo de fartura.
- Criava aqui 2.500 peixes. Agora, no total dos criatórios, eu criava 16 mil peixes. E hoje tem 200 peixes – lamenta ele.
Fonte: G1 – Globo Rural