Produtores começam a intensificar o uso da tecnologia no mercado de alimentos orgânicos no Brasil, tanto no lado da produção quanto no consumo. É o que mostra o 1º Fórum Orgânicos em Ação — Empreendedorismo e Mercado, promovido ontem (27/05/15) pela Sociedade Nacional de Agricultura (SNA).
A coordenadora do Centro de Inteligência em Orgânicos (CI Orgânicos) da SNA, Sylvia Wachsner, reconheceu que a tecnologia está entrando ainda de forma tímida nesse mercado, mas a tendência é que haja expansão, seguindo o que ocorre em todo o mundo. Ela disse que, há poucos anos, começaram a surgir lojas de compra online. Entre os produtores nacionais, Sylvia citou o Sítio do Moinho, de Petrópolis, município da região serrana fluminense.
Durante o evento, foi apresentado o projeto Clube Orgânico, que permite que consumidores associados comprem cestas de alimentos via internet, o que garante a produção dos agricultores.
- É um clube de compradores de produtos orgânicos, que fazem suas compras diretamente dos produtores. Eles adiantam aos produtores dinheiro para que estes produzam cestas de alimentos semanais ou mensais – afirma a coordenadora.
Sylvia disse que, por meio desse clube, o produtor tem, além da garantia do mercado, uma garantia de receita que entra para ele poder produzir.
- Isso funciona por meio da internet, da tecnologia – ressaltou ela.
Angela Thompson, diretora do Sítio do Moinho, prepara para o próximo mês a entrada em funcionamento da nova plataforma de comércio eletrônico (e-commerce) da empresa, que começou no mercado de orgânicos em 1989. Angela destacou que os produtores têm que se adaptar às novas tecnologias.
- Tem que ter um e-commerce eficiente – afirma.
A plataforma que elaboração estará disponível tanto para tablet quanto para smartphone.
Os produtores começam também a utilizar a tecnologia comum ao agronegócio na produção de alimentos orgânicos, além de pesquisas.
- Na própria produção de orgânicos, a tecnologia deve melhorar a produtividade e a qualidade, para ter produtos mais sofisticados, com menos açúcar ou sal, por exemplo, e para atender a novos mercados – disse Sylvia Wachsner.
A coordenadora do CI Orgânicos avaliou que, com o tempo, a tecnologia será adotada pelo setor também na produção.
- Isso não está tão avançado ainda, mas a parte de comércio eletrônico já está entrando no mercado. A tecnologia vai significar, possivelmente, maquinário adaptado à produção, mesmo para os pequenos produtores – acrescentou.
Embora priorize o contato pessoal com o cliente, Angela Thompson disse que sentiu necessidade de adaptar o seu empreendimento às novas tecnologias no processo de produção. A tecnologia é encontrada em toda a cadeia produtiva.
- Tem fibra óptica, banda larga, irrigação por gotejamento, câmaras frigoríficas para armazenamento visando a levar a qualidade do produto ao consumidor – afirmou Thompson.
Segundo Angela, a conservação do produto é importante para manter a clientela.
Foram lançados ainda manuais para produção de tomates orgânicos, resultado de parceria do CI Orgânicos com a Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
Fonte: Agência Brasil