A Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé) avalia que a safra de café de Minas Gerais em 2017 pode variar de 17 milhões a 18 milhões de sacas (de 60 quilos), uma queda de 6 milhões de sacas sobre a produção deste ano, que variou de 23 milhões a 26 milhões de sacas. A avaliação de dirigentes da maior cooperativado mundo do setor é que a bianualidade da cultura, com safras grandes e menores alternadas, será mais expressiva no próximo ano, principalmente por causa dos efeitos climáticos nas lavouras.
Entre os impactos estão o volume grande de chuva até o início de junho, as geadas que atingiram as regiões do Cerrado Mineiro e doSul de Minas, e ainda a estiagem que já dura mais de dois meses.
- As geadas atingiram 5% das lavouras de café do Cerrado e 3% do Sul de Minas que serão improdutivas na próxima safra – disse nesta quinta-feira (18/8) o presidente da Cooxupé, Carlos Paulino da Costa.
Segundo ele, a expectativa agora é que com as chuvas previstas para este final de semana e ainda uma maior regularidade pluviométrica até setembro, haja a primeira florada para a próxima safra.
A Cooxupé é a maior exportadora do país de café verde e deve encerrar este ano com a venda de 6,1 milhões de sacas, das quais 4,8 milhões vão para o mercado externo. Em 2015 as vendas foram de 5,2 milhões de sacas de café com 4,1 milhões exportadas. Para o presidente da Cooxupé, com a previsão de uma menor safra em 2017, há uma possibilidade de que os volumes de vendas totais e exportação recuem.
Importação
Paulino da Costa afirmou que a liberação de importação de café no Brasil é um “assunto complexo” e que as discussões cabem ao Ministério das Relações Exteriores.
- Não é simples assim. É preciso ver salvaguardas sanitárias, econômicas e uma contrapartida de outros mercados – disse. – É um assunto muito complexo e o Itamaraty que vai cuidar disso – completou Paulino, logo após a visita do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, à cooperativa mineira.
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Durante a visita, Maggi defendeu a abertura do mercado brasileiro para importação de café para a indústria e ainda dentro de um sistema de drawback, no qual as companhias podem trazer o grão de outros países e reexportá-los sem impostos. Maggi citou as negociações que abriram o mercado para a carne brasileira in natura aos Estados Unidos, que tiveram como contrapartida a liberação do mercado brasileiro para os produtos norte-americanos.
Fonte: Revista Globo Rural