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SECAS DO PRIMEIRO SEMESTRE PODEM ATRAPALHAR PRÓXIMAS SAFRAS DA MANDIOCA NO PARANÁ E NA BAHIA

A seca dos últimos meses pode ser a principal vilã das plantações do Paraná e da Bahia neste semestre. As chuvas que estavam sendo esperadas para abril chegaram atrasadas, atrapalhando a produção da cultura. De acordo com Vitor Kratz, meteorologista da Climatempo, a passagem de fortes massas polares manteve o ar frio e seco por vários dias, causando a quebra nas lavouras do noroeste paranaense, um dos mais atingidos. “Já é esperado um prejuízo em torno de 20% em razão do comportamento do clima no primeiro semestre”, afirma Renan Costa, técnico do setor de pesquisa da área de mandioca do Instituto Agrônomo do Paraná (IAPAR).

Segundo o especialista, a situação é delicada para os produtores, que precisam acompanhar o desenvolvimento da safra bem de perto. “Quem plantou nesse momento vai ter que suportar o atual cenário. Já aqueles que ainda não plantaram vão ter que fazer armazenamento de rama (semente da mandioca)”, diz, já que a agosto não traz boas previsões para os agricultores.

De acordo com a Climatempo, agosto já é um mês tradicionalmente seco em Diamante do Norte, no Paraná, e a tendência é que o mês termine com chuva abaixo da média climatológica, ou seja, os produtores não devem esperar por muita chuva. “Em setembro, no entanto, as instabilidades provocam chuva forte no Paraná, deixando a média acima do normal para o mês”, explica o meteorologista da Climatempo. Para Costa, a notícia pode trazer um alívio, ainda que pequeno. “As chuvas amenizam um pouco a situação e a expectativa de plantio. Muitos produtores estavam esperando a seca passar e vão liberar plantios novos agora”, ressalta.

Apesar das boas notícias, a safra ficou atrasada, com colheita prevista somente para meados de setembro. “A tendência é que o preço também suba por conta da falta de matéria-prima nos próximos meses”, pontua o técnico.

Problema se repete na Bahia

As plantações de mandioca na região do semiárido baiano também podem ser afetadas pela falta de chuva e ter um menor rendimento em sua próxima safra. Segundo dados do meteorologista da Climatempo, Vitor Kratz, a região de Feira de Santana não registrou chuvas entre o final de maio e os primeiros 12 dias junho e o total de chuva em julho ficou muito abaixo da média. “A seca afeta a cultura da mandioca reduzindo a produtividade e interferindo também na área plantada. Se o produtor não consegue plantar na época certa, ele tem um complicador”, conta Carlos Estevão, pesquisador no núcleo de ações estratégicas da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA).

De acordo com o especialista, o clima ideal para a plantação de mandioca é o tropical e subtropical, com “chuvas bem distribuídas”. Como isso não vinha acontecendo, os agricultores precisaram investir em outras áreas para não registrarem prejuízo. “Quando a seca é longa ou de meio prazo, os produtores tendem a utilizar a maniva (pedaço de ramo da mandioca) para alimentação animal, reduzindo o material para plantio para minimizar a perda”, explica.

Ao contrário do Paraná, os agricultores da região baiana devem se preocupar ainda mais em relação ao clima para os próximos meses. Segundo dados da Climatempo, a tendência é de diminuição de chuvas em setembro.

Fonte: Grupo Cultivar

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Fonte: Sistema FAEP



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