Adotada no Brasil há décadas, mas considerada apenas recentemente como uma referência no aumento de produtividade, a integração entre lavoura e pecuária deve prevalecer como o principal modelo de plantio no país nos próximos dez anos. A avaliação parte de especialistas como o diretor da Alltech para a América Latina, Roberto Bosco.
- Esses modelos desenhados não são novos em nenhum país, mas o que diferencia o Brasil é que nós o implementamos no campo. Não como teste, mas como parte importante da produção de madeira, de carne e de grãos no país – aponta.
Essa estratégia combina a produção integrada entre lavoura, pecuária e, às vezes, até de floresta, na mesma área que pode ser adaptada pelo agricultor em um período de seis anos.
- Nos primeiros três (anos) já é possível notar resultados e lucro para pagar os investimentos – ressaltou Bosco ao detalhar o sistema, que ajuda a intensificar uma produção agrícola mais sustentável.
Cooperativas, órgãos públicos de pesquisa, indústrias de insumos e prestadores de serviços estimulam a conversão de áreas de agricultura e de pecuária para áreas de integração em todas as regiões do Brasil.
Em palestra durante o Congresso Rebelation Alltech, realizado em Lexington, no estado de Kentucky (EUA), Bosco citou a Bahia como um estado onde a integração entre a agricultura e a pecuária tem melhorado o desenvolvimento do plantio de grãos.O Paraná é referência em pesquisas sobre integração, que envolvem Embrapa, Iapar, Emater e cooperativas.
Com a aplicação do sistema, o diretor da Alltech demonstrou que a complementação de cultivo aumenta o número de animais por hectare, o que proporciona um crescimento na produtividade de carnes no país.
- Temos de 110 milhões de hectares de área de pastagem, menos de 30% suporta um animal por hectare, o que significa um animal por campo de futebol. Isso é um uso muito ruim. Esse sistema, então, traz correção de solo com calcário, mensura o uso de fertilizante e gera um salto de produtividade, passando a ter de três a quatro animais por hectare – destacou.
Para o especialista, a intensificação do uso da integração no Brasil gera recursos “inexoráveis” para o produtor nos períodos de inverno e seca, fazendo com que o país tenha possibilidade de aumentar muito sua produtividade.
- É o modelo de produção que vai prevalecer nos próximos dez anos e ainda poderá ser exemplo de funcionamento para outras regiões do mundo – finalizou.
Fonte: Gazeta do Povo