Movimento de crescimento semelhante ao das vendas de frango ao exterior ocorre nas exportações de carne halal bovina. De janeiro a maio de 2016, os embarques brasileiros para o Oriente Médio e Norte da África totalizaram 175,2 mil toneladas, com incremento de 13,89% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram exportadas 153,8 mil toneladas. Os principais destinos foram Egito, Irã, Arábia Saudita e Emirados Árabes.
Diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne, Fernando Sampaio comenta que o setor sempre teve presença forte no mercado halal. “O câmbio ajudou a recuperar a competitividade”, avalia, destacando a retomada dos embarques para a Arábia Saudita, que estavam suspensos desde 2012, no final do ano passado.
Em 2015, os embarques de carne bovina halal para os países muçulmanos chegaram a 377,8 mil toneladas, 20,2% mais do que em 2014, quando o Brasil exportou 314,3 mil toneladas. No Rio Grande do Sul, pelo menos três plantas da Marfrig trabalham com abate halal: Alegrete, Bagé e São Gabriel.
A Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), uma das certificadoras do setor, destaca que o alimento halal ultrapassa a questão religiosa pois é considerado modelo de segurança alimentar em todo o mundo. Gestor da Divisão Industrial da Fambras Halal, Dib Ahmad El Tarrass afirma que consomem produtos halal “pessoas que, independentemente da crença, buscam uma dieta saudável”. A Fambras certifica carne, leite, ovos, sucos, amido, soja e aveia, entre outros produtos.
Volume kosher também vem se ampliando
- Seguindo preceitos semelhantes ao halal, o mercado brasileiro trabalha também com carne bovina kosher, destinada aos consumidores judeus. Apenas uma pessoa treinada, denominada Shochet, é apta a fazer o abate. O processo é supervisionado por um rabino.
- Segundo dados de exportação da Abiec, o Brasil exportou 6,8 mil toneladas de janeiro a maio de 2016. O volume é 24,6% maior se comparado ao mesmo período do ano passado, quando o país embarcou 5,4 mil toneladas para Israel.
- O rabino Marcos Perelmutter, da Federação Israelita do Rio Grande do Sul, comenta que no Estado não há produção destinada ao mercado interno e que a carne consumida pela comunidade local é trazida de São Paulo.
Fonte: Correio do Povo